sábado, 20 de outubro de 2007

Exposições revelam arte e história

Uma das exposições mostra objetos colecionados pelo espanhol Lastanosa

Duas mostras marcam os 20 anos de criação do Ecomuseu de Itaipu

Para comemorar os 20 anos de criação do Ecomuseu de Itaipu, estão abertas duas exposições temporárias, além de oficinas de desenho e dança.
O “Espaço das Artes”, criado com a intenção de socializar e divulgar a produção artístico-cultural da região, expande suas fronteiras e abre as portas para o artista plástico e arquiteto argentino Osvaldo Marcón.
Radicado em Curitiba, Marcón expõe obras que abordam seus períodos e estilos em desenhos, pinturas e esculturas, indo do Romântico ao Barroco italiano e, segundo o próprio artista, “revela as variadas facetas e cores de um sul-americano nato”. A mostra tem a curadoria da artista plástica de Foz do Iguaçu, Maria Cheung.
Premiado em salões da Argentina e do Brasil, durante a sua permanência em Foz, Osvaldo Marcón também estará ministrando oficinas de desenho e dança.


Agitador Cultural
“Lastanosa: o agitador intelectual do século XVII” é outra exposição aberta no espaço do Ecomuseu. Biográfica e ilustrativa, a exposição mostra objetos e retrata a vida de Vincencio Juan de Lastanosa, um agitador cultural que viveu entre 1607 e 1681.
Um grande difusor do colecionismo, Lastanosa foi um dos pioneiros dos “Gabinetes de Curiosidades”. Durante a vida, o colecionador espanhol reuniu pinturas, esculturas, fósseis, moedas, jóias, mapas, conchas, corais, insetos, antiguidades, manuscritos e obras raras encontradas nos continentes europeu, asiático, africano e nas Américas.
O palácio em que viveu se transformou num verdadeiro museu, que permanecia aberto aos escritores, artistas e cientistas da época, transformando-se em um local de encontro e discussão dos mais variados temas.
Autodidata e poliglota, conseguiu montar uma biblioteca com mais de sete mil volumes, entre livros de literatura e ciências. Pesquisador e curioso, Lastanosa também construiu um jardim onde cultivou espécies raras de plantas.
Pouco antes de morrer, Lastanosa doou à cidade de Huesca, na Espanha, grande parte de suas coleções, temendo a dispersão das mesmas, o que realmente ocorreu pouco depois de seu falecimento. O palácio em que viveu foi demolido em 1894.
A exposição, que é uma iniciativa do Centro de Altos Estudos da Conscienciologia – CEAEC, como parte das comemorações do quarto centenário de nascimento de Lastanosa, fica aberta até março de 2008. Durante este período serão ministradas diversas oficinas educativas, desenvolvidas por profissionais convidados da Holoteca do CEAEC.
O CEAEC de Foz do Iguaçu é uma instituição científica que agrega cerca de 100 voluntários, sendo o primeiro campus da Conscienciologia, fundado por pesquisadores do Instituto Internacional de Projeciologia e Conscienciologia, em 1995.

Espaço vivo
O Ecomuseu de Itaipu, criado para preservar e contar a história da usina e de seu reservatório, foi inaugurado em 1987. Pioneiro do gênero na América Latina, passou por uma reformulação em 2002, com a ajuda de estudantes da Universidade de São Paulo - USP. O grupo elaborou um circuito museográfico dividido em módulos, mostrando desde a ocupação do Oeste paranaense até os projetos de conservação ambiental conduzidos pela Itaipu Binacional.
Investindo na interatividade, informática e recursos de exposição, como cenários, maquetes e totens eletrônicos, o Ecomuseu ocupa uma área de 1.400 metros quadrados.
Seguindo uma tendência contemporânea da museologia, transformando o espaço do museu não em um “depósito”, mas em espaço vivo e integrado à comunidade, o Ecomuseu mantém ainda abertas para visitação as suas reservas técnicas e um acervo representativo da flora, fauna, arqueologia e geologia da região do lago de Iaipu, obtido em estudos e pesquisas realizadas pela usina.

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