segunda-feira, 25 de abril de 2011

Educação inclusiva

 

Educação inclusiva: onde ela começa?

Eliana Tão

Que Foz do Iguaçu é conhecida mundialmente pela geografia privilegiada e pelos atrativos turísticos, isso muitos sabem. Sociologicamente, a cidade também é merecedora de admiração, uma vez que acolhe, convive e respeita pessoas de diferentes origens étnicas.
Nesse sentido, acredito que cabe também à Terra das Cataratas uma detalhada análise sob o aspecto pedagógico, uma vez que trabalha diariamente a educação inclusiva.
Aqui abro um parêntese, pois não me refiro apenas a inclusão de alunos com necessidades especiais nas instituições de ensino regular, mas também à composição multicultural das salas de aula.
E eu posso falar do tema com propriedade inclusive sob os dois aspectos, pois sou chinesa nascida em São Paulo Capital, portadora de necessidades especiais em razão de um parto prematuro e iguaçuense de coração.
Em meus anos de estudante, quase todas as turmas que integrei tinham basicamente a seguinte composição de alunos: brasileiros, mulçumanos (meninas com apenas o rosto e as mãos expostas), chineses oriundos da China Continental e de Taiwan.
Estou relembrando tempos remotos da educação inclusiva, pois sou da geração Coca-Cola enquanto o Capítulo V que trata da educação especial na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional é de 20 de dezembro de 1996.
Ou seja, eu estava 14 anos a frente da Lei nº 9394/96, onde os dois primeiros parágrafos do Art. 58 dizem respectivamente que “haverá, quando necessário, serviços de apoio especializado, na escola regular, para atender as peculiaridades da clientela de educação especial” e “o atendimento educacional será feito em classes, escolas ou serviços especializados, sempre que, em função das condições específicas dos alunos, não for possível a sua integração nas classes comuns do ensino regular”.
Ainda que com o apoio dos meus pais e médicos eu tenha conseguido ingressar no ensino regular não sofri algo que seja considerado bullying ou xenofobia por parte dos meus colegas, que em sua maioria se mostravam muito receptivos e solidários a ponto de alguns serem meus melhores amigos até os dias atuais.
Mas como não lembrar o episódio ocorrido quando eu tinha cinco anos de idade. A professora não me chamou para colocar o meu enfeite na árvore de Natal (e na sequência fazer meu pedido secreto) por considerar que eu não caminhava sem apoio e dava muito trabalho me levar.
A cada um dos alunos que ela chamava, perguntavam quando seria a minha vez e muitos se prontificavam em me ajudar. Ela dizia: “depois”. Mas a “educadora” acabou não me colocando na atividade até o fim do dia e transformou a resposta em um “nunca” disfarçado.
Mesmo assim, não adianta ficar preso, fugindo, se escondendo do mundo para evitar possíveis sofrimentos. Isso é uma ilusão, uma forma de adiar o acontecimento. Porque vai acontecer, um dia ou outro, mesmo quando descobrir que vai ter que sair da zona de conforto em busca de conhecimento. E não tem como proporcionar educação inclusiva para alguém que se exclui.
Então onde começa a educação inclusiva? Para o arquiteto Reinaldo Baeta – autor do desenho que ilustra esta crônica – começa cedo, na escola, para todas as pessoas.
A Convenção da Guatemala (1999), promulgada no Brasil pelo Decreto nº 3.956/2001, afirma que as pessoas com deficiência têm os mesmos direitos humanos e liberdades fundamentais que as demais pessoas, definindo como discriminação com base na deficiência, toda diferenciação ou exclusão que possa impedir ou anular o exercício dos direitos humanos e de suas liberdades fundamentais.
Esse decreto tem importante repercussão na educação, exigindo uma reinterpretação da educação especial, compreendida no contexto da diferenciação adotada para promover a eliminação das barreiras que impedem o acesso à escolarização.
As instituições de ensino, por sua vez, são compostas por pessoas. Portanto, a educação inclusiva tem início em cada ser humano que tem sua formação desencadeada pela família, onde se “deve” transmitir valores como tolerância, respeito às diferenças, solidariedade, amizade incondicional.
Afinal, outra canção de Jay Vaquer traduz bem a condição daquele que é considerado o ser “mais evoluído” entre todos os seres vivos existentes, independente de ser ou não portador de necessidades especiais: “Eu não sei viver sem ter carinho, é a minha condição. Eu não sei viver triste sozinho, é a minha condição”.

Eliana Tao é jornalista em Foz do Iguaçu.
Ilustração: Reinaldo Baeta.

Este artigo foi publicado originalmente no Portal Megafone – Rede Cidadania na Comunicação

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Escolas estaduais iniciarão contraturno

O Sistema Fecomércio Sesc Senac e a Secretaria Estadual de Educação (Seed) assinaram ontem (20), um convênio para realização de contraturno em escolas do ensino médio.  A solenidade contou com a presença do presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac, Darci Piana, e do vice-governador e secretário estadual de educação, Flávio Arns.
O projeto é direcionado a alunos que estejam cursando o primeiro ano do ensino médio da rede pública de ensino. O Sesc ficará responsável pelas atividades diversificadas e complementares ao conteúdo escolar, com ênfase nas disciplinas de Matemática e Língua Portuguesa. Também vai realizar ações de formação continuada para os profissionais da educação e cursos de valorização social para a comunidade.
O Senac, por sua vez, irá ministrar cursos de oratória, comunicação e informação profissional, palestras sobre empregabilidade, empreendedorismo e oficinas profissionalizantes.
As atividades estão previstas para começar no dia 02 de maio, em 17 municípios onde existem unidades do Sesc e do Senac: Apucarana, Campo Mourão, Cascavel, Curitiba, Foz do Iguaçu, Francisco Beltrão, Guarapuava, Ivaiporã, Jacarezinho, Londrina, Marechal Rondon, Palmas, Paranaguá, Paranavaí, Pato Branco, Toledo e Umuarama. Os alunos irão frequentar o contraturno três vezes por semana, completando uma carga horária anual de 189 horas pelo Sesc e 112 horas pelo Senac.
Toda a comunidade escolar será envolvida. O programa pretende incluir também a família, os professores e a escola, em ações paralelas e no intercâmbio de experiências com os orientadores do Sesc e do Senac.
A meta é atender a 2550 alunos em 2011 e, com abertura das escolas para a comunidade, espera-se atingir aproximadamente 17 mil pessoas. O convênio celebrado é fruto de discussões entre as instituições iniciadas ainda no ano passado. O projeto foi elaborado a partir de um levantamento das demandas educacionais do Estado e levará em conta as especificidades de cada escola.


quarta-feira, 20 de abril de 2011

Cinema Aberto

BUENA VIDA DELIVERY
Direção: Leonardo Di Cesare
Argentina/França/Holanda, 2005, 95 min
Comédia/Drama

O "motoboy" Hernán conhece Patricia e logo se apaixona. Ela está saindo de um noivado, precisa de um lugar para ficar e Hérnan oferece-lhe um quarto em sua própria casa, em troca de um módico aluguel. De repente, porém, toda a família de Patricia está alojada na casa humilde e quem fica praticamente sem teto é Hérnan, que precisa driblar o sogro e sua fábrica de churros.

Data: 30 de abril (sábado)
Horário: 19 horas
Local: Teatro Barracão
Entrada: gratuita

DEBATE:
Mirian Takahashi, pedagoga e dirigente APP Sindicato.
Nilson Araújo de Souza, professor de economia da UNILA.

REALIZAÇÃO:
Casa da América Latina - Casa do Teatro - Guatá

Casamento Civil Comunitário

Estão abertas até o dia 06 de maio, as inscrições para quem quer marcar casamento gratuito dentro da programação do Sesc Cidadão / Justiça no Bairro. A ação acontece no dia 18 de junho, mas os interessados em participar da cerimônia de casamento precisam fazer a inscrição antecipada, para que sejam feitos os procedimentos legais.
Podem se inscrever casais com renda de até dois salários mínimos. Os interessados em se beneficiar da gratuidade devem ir pessoalmente até o Sesc levando certidão de nascimento atualizada, RG, CPF, comprovante de renda e residência, das 9h às 21h, inclusive no horário de almoço.
O Sesc fica na Av. Tancredo Neves, 222, Vila A, fone 3576-1300. As vagas são limitadas.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Educação como Referência


Participantes do curso de capacitação para o Programa de Contraturno do SER, na unidade SESC Foz do Iguaçu

A Unidade SESC de Foz do Iguaçu sediou, nos dias 13 e 14 de abril, um curso de capacitação para implantação do Projeto de Contraturno escolar do programa SER – SESC Educação como Referência.
O Curso, coordenado pela Divisão de Educação e Cultura (DEC) da Gerência de Educação do SESC Paraná, reuniu gerentes executivos, técnicos e orientadores de atividades do Programa SER da região Oeste do Estado.
Durante os dois dias, a diretora do DEC, Marussia Santos e o coordenador de atividades Adriano Trontin, passaram orientações para a implantação, normas e procedimentos a serem adotados no Projeto de Contraturno, a ser implantado em escolas da rede estadual de ensino, a partir de maio deste ano.
O projeto será desenvolvido graças a uma parceria entre o Sistema Fecomérico – SESC/SENAC e o Governo do Estado, através da Secretaria de Estado da Educação - SEED.
Pretendendo servir como referência na área de educação, este projeto envolverá alunos, professores, funcionários, familiares dos alunos e toda a comunidade ao redor da escola. Em todo o Estado serão 22 escolas e 2550 alunos envolvidos.
O Projeto SER faz parte do Programa de Comprometimento e Gratuidade (PCG) do SESC Paraná.