quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Sangue Novo

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná - Sindjor/PR promove todos os anos, desde 1995, o Prêmio Sangue Novo no Jornalismo, um concurso destinado a acadêmicos de Jornalismo das faculdades do Estado, que podem demonstrar o talento de suas produções teóricas e práticas no curso do ano letivo. As inscrições para a 14ª edição estão abertas até sexta-feira (19).
O Sangue Novo premiará trabalhos em 18 categorias:

Reportagem impressa
Reportagem para televisão
Reportagem para rádio
Fotojornalismo
Projeto em telejornalismo
Projeto em radiojornalismo
Projeto em jornalismo impresso
Projeto jornalístico para internet
Projeto/produto jornalístico livre
Projeto jornalístico para assessoria de imprensa
Monografia
Livro reportagem
Videodocumentário
Prêmio sangue novo de relevância social
Jornal laboratório
Telejornal laboratório
Radiojornal laboratório
Jornal laboratório on-line


Leia o regulamento
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terça-feira, 9 de dezembro de 2008

O nosso tempo é agora!

Carlos Luz*
Boa noite a todos.
“Que vivan los estudiantes”, escreveu Violeta Parra e cantou Mercedes Sosa. “Que vivan!”, pois em todos os momentos cruciais da história moderna da humanidade lá estavam os estudantes à frente, empunhando suas bandeiras, seus sonhos e seus ideais, sempre na busca de um mundo mais livre, mais igualitário e, até mesmo, mais humano. Porém, a fase estudantil é apenas uma fase e, como toda fase, passa. Dá lugar à fase do profissionalismo. Nós estamos encerrando uma fase e iniciando outra.
Escolhemos a comunicação, mais especificamente o jornalismo, como a profissão de nossas vidas. Escolhemos as palavras escritas, as faladas, as imagens congeladas e em movimento como ferramentas de trabalho.
No entanto, nossas ferramentas de trabalho não são simples ferramentas, elas trazem consigo um poder enorme, o poder da formação de opinião e, ao nos tornarmos profissionais desta área, temos que ter isto em mente a todo momento.
Há os que dizem que o bom profissional de jornalismo é aquele que simplesmente retrata o fato, sem emitir opinião. Há aqueles que afirmam que a opinião do jornalista sempre está intrínseca nas entrelinhas e no formato das reportagens. Mas, uma coisa é certa: o bom profissional de jornalismo é aquele que apura os fatos, checa as fontes e busca a verdade, ou, pelo menos, apresenta as “verdades” dos ângulos de cada uma das partes.
Muitos de nós exerceremos a profissão em veículos de comunicação de massa: jornais, revistas, rádios e tevês, alguns em novas mídias, que estão aparecendo através das novas tecnologias, outros, ainda, seguirão a vertente da assessoria de imprensa. Mas seja qual for o caminho que escolhermos, a ética deve ser nossa companheira diária. Devemos nos lembrar sempre que, antes de tudo, estamos nos formando em comunicação social, e é o que seremos daqui para frente: comunicadores sociais. E pela palavra social estar inclusa em nossa profissão, é que devemos cumprir o nosso papel cidadão de zelar pela boa qualidade das informações, porque delas dependerá, muitas vezes, a opinião da maioria da sociedade.
Chegamos à conclusão, então, que o bom profissional de jornalismo é aquele que escolhe dar o melhor de si para contribuir na construção de uma sociedade menos injusta.
Enfim, falo por cada um de nós: pela Aline, Anderson, Bruna, Cláudio, Cristiane, Daniela, Dante, Edla, Eliane, Eloiza, Fabiano, Franciele, Ivanir, Izzy, Jakson, Jean, Juliana, Katya, Larissa, Lauane, Leonardo, Márcia, Mariane, Maurício, Monique, Pamela, Robson e pela Thays.
Nós nos congratulamos com todos os que, de uma maneira ou de outra, contribuíram com esta nossa jornada: os professores responsáveis pela nossa formação, familiares, amigos, companheiros, namorados, direção e funcionários da UDC. Nos congratulamos pelo apoio que nos deram, porque nada, absolutamente nada, se consegue sozinho.
Quanto à turma de jornalismo de 2005 / 2008, ela será memorável e histórica. Durante estes quatro anos realizamos, inovamos, colecionamos prêmios até mesmo estaduais e nossos trabalhos de conclusão de curso fizeram com que muitas das bancas de avaliação chorassem, pela qualidade, esmero e responsabilidade social dos trabalhos apresentados. Deixamos a nossa marca.
Se “o caminho se faz caminhando”, como diz o título de um livro de Paulo Freire, então, que o caminhar de cada um, daqui para frente, construa um caminho que, cada um ao olhar para trás, daqui a alguns anos, possa dizer: construí uma carreira sólida, digna, ética e comprometida com a sociedade do meu tempo.
Mas o nosso tempo é agora. Não foi ontem, nem será amanhã. É no agora que se realiza. E nós estamos realizando.
Obrigado!

*Discurso de formatura do Curso de Comunicação Social, habilitação em Jornalismo. Auditório da UDC em 05/12/2008.
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segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Hexa-campeão

Ao vencer o Goiás por 1 a 0, ontem (7), no estádio do Gama, cidade-satélite de Brasília, o São Paulo Futebol Clube sagrou-se hexa-campeão e tri-campeão seguido (o primeiro a realizar este feito no Brasil) do Campeonato Brasileiro de Futebol, garantindo sua hegemonia no futebol brasileiro.

Em Foz do Iguaçu, a torcida tricolor saiu às ruas para comemorar o título.

Confira a história de todos os títulos no site oficial do hexa que o clube criou.
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quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Universidade do Mercosul

Deputado Angelo Vanhoni (PT/PR), relator da matéria

A proposta do Poder Executivo de criação da Universidade Federal de Integração Latino-Americana (Unila), em Foz do Iguaçu, foi aprovada por unanimidade na manhã de quarta-feira (3), pelos membros da Comissão de Educação e Cultura. De acordo com o deputado Angelo Vanhoni (PT/PR), relator da matéria, a aprovação do Projeto de Lei representa um marco para a educação brasileira e para a América Latina.
Para o deputado, ao escolher a implantação de uma universidade na tríplice fronteira para consolidar a integração dos povos da América Latina, o Brasil está priorizando o conhecimento como a forma mais significativa para proporcionar o desenvolvimento da região, do Brasil e da América Latina.

Leia + Revista Bem Público
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Funcriança

Valtenir Lazzarini: “ao repassar parte do imposto devido ao fundo, o contribuinte terá a oportunidade de ajudar a um projeto social da cidade”


O jornal A Gazeta do Iguaçu de hoje traz uma reportagem, assinada pela jornalista Abilene Rodrigues, sobre a campanha do Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (Funcriança). Em vez de destinar ao governo federal, em nível nacional, o contribuinte pode repassar parte do impostode renda devido ao Fundo Municipal. No caso de pessoas físicas, podem doar 6% do imposto e as pessoas jurídicas podem contribuir com até 1% do imposto devido.
Confira a matéria:


Campanha Funcriança será lançada hoje

A expectativa dos incentivadores é arrecadar pelo menos R$ 900 mil, mesmo valor levantado por Maringá, no ano passado

Abilene Rodrigues
Reportagem

Contribuir com uma entidade assistencial que atende a crianças carentes em Foz do Iguaçu sem precisar colocar a mão no bolso, é a proposta do Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (Funcriança). Além do iguaçuense ter a oportunidade de fazer uma boa ação, pode também fiscalizar como o dinheiro está sendo investido.
O valor repassado ao Funcriança é referente ao pagamento do Imposto de Renda. Em vez de destinar ao governo federal, em nível nacional, o contribuinte pode repassar parte do imposto ao fundo. No caso de pessoas físicas, podem doar 6% do imposto de renda devido. As pessoas jurídicas (empresas) podem contribuir com até 1% do imposto devido.
Com vistas a incentivar a contribuição com as doações ao fundo que atende a 26 entidades assistenciais em Foz do Iguaçu, sobretudo entre os empresários da cidade, a Associação Comercial e Industrial de Foz do Iguaçu (Acifi), Rotary Clube, Conselho Regional de Contabilidade (CRC) e Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, lançam hoje, às 8 horas, a Campanha Funcriança.
A meta dos fomentadores da campanha é até 31 de dezembro conseguir arrecadar pelo menos R$ 900 mil. Valor semelhante ao levantado pelos empresários e sociedade civil de Maringá em 2007.
Para conseguir esse resultado, os organizadores da campanha pretendem mostrar aos iguaçuenses que ao contribuir com o Funcriança, o doador decide que parte do seu imposto fica na cidade para auxiliar no desenvolvimento de programas e serviços dirigidos à infância e juventude. A doação pode ser genérica ou direcionada para a entidade que a pessoa ou a empresa pretende colaborar.

Beneficiado
Em Foz do Iguaçu, o valor pode ser repassado para 23 entidades assistenciais responsáveis por atender crianças e adolescentes cadastradas. Uma delas é a Fundação Nosso Lar.
Segundo Valtenir Lazzarini, diretor administrativo-financeiro da instituição, ao repassar parte do imposto devido ao fundo, além de não prejudicar o contribuinte que obrigatoriamente precisará pagar, terá a oportunidade de ajudar a um projeto social da cidade. Outra justificativa apontada por Lazzarini, é porque o valor recebido pelas instituições é sempre inferior ao necessário para suprir todas as necessidades. “Para nós é sempre bem-vindo”, disse. E completou: “O doador terá condições de fiscalizar onde está sendo investida a verba. Não simplesmente paga e não sabe onde é aplicado” disse.
Doação
A vice-presidente-administrativa da Acifi, Elizangela de Paula Kuhn, explica que a destinação é simples. E a campanha terá esse papel: desmistificar o processo de doação. Basta fazer o depósito identificado no Banco do Brasil, agência 0140-6, conta corrente 45.796-5, informando o Código Identificador 2000, o nome do depositante e o CPF ou CNPJ. Ou por meio de boleto bancário que pode ser imprenso a partir do site www. fozdoiguacu.pr.gov.br/cmda. Depois enviar uma cópia ao conselho. Caso o doador queira destinar o recurso exclusivamente para uma determinada entidade cadastrada, basta indicá-la no momento do envio da cópia do comprovante.
As empresas e pessoas físicas têm até o dia 31 de dezembro para incluir a doação no imposto que será entregue em abril de 2009.

Entidades
Em Foz do Iguaçu, o Funcriança é gerenciado pelo Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, órgão deliberativo e controlador das ações desenvolvidas no contexto das políticas sociais voltadas ao menor. Estão cadastradas no fundo, as seguintes entidades: Associação Fraternidade e Aliança (AFA); Albergue Noturno; Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE); Associação de Pais e Amigos dos Surdos (APASFI); Associação de Proteção a Infância e à Maternidade (APMI); Casa Maria Porta do Céu; Centro de Acolhimento Temporário e Atendimento ao Adolescente; Comunidade dos Pequenos Trabalhadores (CDPT); Centro de Nutrição Infantil; Creche Nossa Senhora Conceição.
E ainda: Entidade “Bia”; Casa Ofício; Fundação Nosso Lar; Grupo teatral – Casa do Teatro; Guarda Mirim de Foz; Ecodesenvolvimento; Nosso Canto; Núcleo Sagrada Família; Pastoral da Criança; Sociedade Civil Nossa Senhora Aparecida; Conselho Comunitário da Vila C; Instituo Pólo Iguassu (que inclui o Trilha Jovem); Lar de Apoio as Crianças e Adolescentes (LACA) (assiste crianças órfãs ou filhas de portadores de HIV); Legião da Boa Vontade (LBV), Núcleo de Ação Solidária a Aids (NASA) e Centro Comunitário da Vila C.

(com informações da Assessoria)
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quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Congresso Mundial

Declaração do Rio traz resultados do III Congresso Mundial


É possível enfrentar e erradicar a exploração sexual de crianças e adolescentes no mundo com ações integradas e o esforço de todos os países. Essa é a avaliação comum dos organizadores do III Congresso Mundial de Enfrentamento da Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes que terminou na semana passada, no Rio de Janeiro, onde 137 governos se reuniram com meninas e meninos, organismos internacionais, ONGs e representantes do setor privado.

Embora os participantes do evento no Brasil reconheçam que o enfrentamento da exploração sexual é uma batalha longa e difícil, as organizações parceiras consideram que, agora, os países estão em melhores condições de ganhar essa luta. A "Declaração e Plano de Ação do Rio de Janeiro para Prevenir e Eliminar a Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes", documento final do encontro, estabelece algumas diretrizes para o enfrentamento do problema.

FNDCA - Secretária de Articulação do Fórum Nacional DCA, Iolete Ribeiro (Conselho Federal de Psicologia – CFP), representou a organização no Congresso Mundial e também no “I Congresso Brasileiro de Enfrentamento às Violências Sexuais contra Crianças e Adolescentes - Diálogos para o fortalecimento das ações”, que aconteceu no mesmo período. A Secretária Adjunta do Fórum, Rachel Niskier (Sociedade Brasileira de Pediatria – SBP), também participou do Congresso Mundial.

"A Declaração e Plano de Ação do Rio traz avanços importantes em relação aos documentos anteriores e aponta novas estratégias diante dos novos cenários do problema, como a pornografia infantil na internet, o tráfico de meninas e meninos, a intensificação das migrações no mundo. O próprio governo brasileiro lançou o serviço hotline para o rastreamento desses crimes na internet, que também estão mais fáceis de ser responsabilizados e punidos com a lei sancionada pelo presidente Lula no dia da abertura do encontro", avaliou Carmen Oliveira, subsecretária de Promoção dos Direitos da Criança e do Adolescente da Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República.

"Não existe uma única intervenção que possa proteger crianças e adolescentes da exploração sexual," disse Nils Kastberg, Diretor Regional do UNICEF para a América Latina e o Caribe. "Construir e fortalecer sistemas de proteção é fundamental e requer ação de todos os atores sociais."

O Plano de Ação do Rio também convoca governos a editar leis que protejam todas as crianças em sua jurisdição, incluindo os filhos de migrantes não documentados ou aqueles que foram traficados, de forma que todos possam gozar de plena proteção legal. As recomendações também pedem que os governos aprovem leis que não criminalizem crianças e adolescentes por crimes que tenham praticado em decorrência de situações de exploração sexual.

Diferentemente de congressos anteriores, nos quais as recomendações dos adolescentes e jovens saíram em documento separado, no Rio, o grupo participou de todo o processo de elaboração do relatório final do encontro.

Principais recomendações do III Congresso Mundial:
Os governos devem prestar informações sobre os seus planos de ação nacionais relativos ao tema da exploração sexual para o Comitê dos Direitos da Criança (CDC). Um relatório de progresso será enviado à próxima sessão da Assembléia Geral das Nações Unidas, em 2009.
Estabelecer instituições independente dos direitos das crianças, como ombudsman, pontos focais ou comissões no nível nacional voltadas para a proteção dos direitos das crianças e adolescentes, nos próximos cinco anos.
Desenvolver bancos de dados nacionais com informações relacionadas à exploração sexual de crianças e adolescentes até 2009 e, até 2013, estabelecer mecanismos regionais de troca dessas informações.
Até 2013, estabelecer sistemas nacionais de acompanhamento e monitoramento de casos de exploração sexual de crianças e adolescentes. Esse sistema incluirá dados de linhas de denúncia e informação, bem como de serviços de apoio.
Os países devem aumentar o seu compromisso com a Interpol sobre o uso de imagens de abuso de crianças e adolescentes e tratar crimes relacionados com crianças e adolescentes dentro de uma área especial.
Desenvolver políticas para estimular e apoiar o setor privado, especialmente nos setores de turismo e viagens, instituições financeiras, internet e publicidade a adotarem códigos de conduta.
Fortalecer e harmonizar os serviços de proteção.
Organismos de cooperação internacional e as agências de desenvolvimento, como grandes bancos de fomento, vão avaliar o impacto de suas ações na vida de crianças e adolescentes. Também se comprometeram a prover recursos para que os países mais pobres possam cumprir com os compromissos do Pacto do Rio.
Introduzir leis que criminalizem a compra (ou outra forma de remuneração) de sexo com crianças e adolescentes.

*Com informações do UNICEF
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quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Reconhecimento

Eloiza Dal Pozzo, eu, Thays Petters e Ivanir Gebert.

Durante a apresentação dos TCC's de jornalismo, Eloiza Dal Pozzo apresentou o livro-reportagem "S/N - uma nova história", sobre a vida da adolescente Sandra Nascimento. Eu e a Thays Petters produzimos um videodocumentário sobre o jornal Nosso Tempo, que circulou em Foz do Iguaçu entre 1980 e 1994, intitulado "Jornal Nosso Tempo: um marco da resistência democrática em Foz do Iguaçu". Ivanir Gebert produziu um site com fotos de catadores de papéis de Medianeira, com o título "Catadores de Sonhos". Os três trabalhos receberam a nota "10 com louvor" das respectivas bancas de avalição.
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Congresso Mundial de Enfrentamento da Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes


O Rio de Janeiro sedia até o dia 28, no centro de convenções Riocentro, evento que reúne 3 mil participantes, entre representantes de governos, organizações não-governamentais, atores do sistema de garantia de direitos, militantes, formadores de opinião, acadêmicos, empresários, artistas e adolescentes protagonistas. A intenção é fortalecer a integração das redes de enfrentamento mundiais, mobilizando e encontrando novos caminhos para a efetivação das políticas que garantam o fim da violência sexual de meninos e meninas
O III Congresso Mundial de Enfrentamento da Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes acontece no Brasil com uma perspectiva diferente das versões passadas. Nessa edição, os principais objetivos são o combate às novas formas de exploração – pela internet e pelo tráfico de pessoas – e também deliberar sobre a responsabilidade dos diversos segmentos da sociedade envolvidos no enfrentamento ao fenômeno. Com o tema “A garantia de direitos da criança e do adolescente e sua proteção contra a exploração sexual – por uma visão sistêmica”, o evento se propõe a levantar a importância da temática, chamando a atenção dos governos e mobilizando articulações e políticas setoriais, junto aos representantes do legislativo, à família, à sociedade civil e ao setor privado.

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terça-feira, 25 de novembro de 2008

Mostra de cinema palestino


Longas, curtas e documentários abordam o conflito entre Israel e Palestina na mostra gratuita que acontece no shopping Cataratas JL

A vida do povo palestino sob a ocupação militar de Israel será exibida na mostra de cinema “PALESTINA 1948-2008: 60 ANOS DA AL NAKBA”, que ocorre nos dias 28 e 29/11 (6ª e sábado), no shopping Cataratas JL, com entrada gratuita. A mostra já foi exibida este ano no Centro Cultural São Paulo e em Maringá, e agora chega a Foz do Iguaçu em sua terceira edição. O evento é promovido pelo Instituto de Cultura Árabe (ICARABE), com apoio da Itaipu Binacional e da Sociedade Árabe Palestina Brasileira de Foz do Iguaçu. É uma oportunidade de conferir documentários e filmes de ficção pouco exibidos no circuito comercial e ainda discutir o assunto com grandes autoridades sobre o tema, que vêm para a cidade especialmente para o evento. Como parte da programação será realizada a mesa redonda “IMAGEM E REALIDADE DO CONFLITO ISRAEL/PALESTINA”, dia 28/11, 6ª feira, às 20h no cinema do shopping, com participação do Prof. Dr. Emir Sader (USP, UERJ e CLACSO), da curadora da mostra Prof. Dra. Arlene Clemesha (USP e ICARABE) e do pesquisador e organizador da mostra Yuri Haasz (Foz do Iguaçu).

Este ano se completam 60 anos desde a expulsão de aproximadamente um milhão de palestinos de suas terras pelas forças armadas sionistas, em 1948. Este evento é chamado de “Al-Nakba”, que em árabe significa “A Catástrofe”. Foi nesta data que oficialmente se deu o início da sistemática expulsão do povo palestino de suas terras, que continuou em 1967 com a expulsão de mais meio milhão de pessoas, aumentando ainda mais o problema dos refugiados, que passaram a viver desde então sob domínio militar israelense.

O objetivo da mostra é marcar a data e chamar a atenção para este problema que necessita da intervenção da comunidade internacional para que cessem os crimes e abusos de direitos humanos cometidos pelo estado de Israel contra o povo palestino.

Data: 28 e 29 de Novembro de 2008.
Local: Cinema Cineplex no Shopping JL Cataratas em Foz do Iguaçu.
Ingresso: Gratuito.


PROGRAMAÇÃO

DIA 28/11/08 – SEXTA-FEIRA

10h30
- ABERTURA SOLENE COM AUTORIDADES LOCAIS
- Crianças de Ibdaa (Children of Ibdaa, Palestina-EUA, 2002, 30min, documentário)

15h00
- Crianças de Ibdaa (Children of Ibdaa, Palestina-EUA, 2002, 30min, documentário)
- Blues Palestino (Palestine Blues, Palestina, 2005, 72 min, documentário)

17h00
- A Muralha de Ferro (The Iron Wall, Palestina, 2006, 52min, documentário)

18h15
- Coração aberto (Open Heart, Palestina/Reino Unido, 2006, 22min, documentário)
- Faixa de Gaza (Gaza Strip, EUA, 2002, cor, 74min, documentário)

20h00
DEBATE: IMAGEM E REALIDADE DO CONFLITO ISRAEL/PALESTINA
- Dr. Emir Sader (Prof. de Sociologia da USP, Coordenador do Laboratório de Políticas Públicas da UERJ, e Secretário Executivo do CLACSO – Conselho Latino Americano de Ciências Sociais)
- Dra. Arlene Clemesha (Profa. de História Árabe da USP, membro do Instituto da Cultura Árabe e curadora da mostra)
- Representante da Federação Palestina (FEPAL)
- Yuri Haasz (pesquisador do conflito Israel-Palestina, curador e organizador da mostra)


DIA 29/11/08 – SÁBADO

10h30
- Carta de Sara (A Letter from Sarah, Jordânia, 2002, 11min)
- De Futebol e Sonhos (Goal Dreams, Palestina, 2006, 86min, documentário)

14h00
- L'attente (L'attente, França-Palestina, 90min)

16h00
- Meu País Amado (Watani Habibi, Palestina / Nova Zelândia, 2007, 24min, documentário)
- Sardinhas (Tabaq al-Sardin, or The First Time I Heard of Israel, Síria / França, 1997, 17min)
- JENIN, JENIN (Palestina, 2002, cor 54min, documentário)

SINOPSES DOS FILMES

JENIN, JENIN
(Palestina, 2002, cor 54min - documentário)
direção: Mohammad Bakri
Alguns dias após a invasão israelense do campo de Jenin. O filme revela as marcas deixadas na alma daquela comunidade.

CRIANÇAS DE IBDAA
(Children of Ibdaa, Palestina-EUA, 2002, cor, 30min - documentário)
direção: Sarah Smith Patrick
Ibdaa, que em árabe significa criar algo do nada, é a história, a luta e as aspirações de um grupo de dança de crianças palestinas.

A ESPERA
(L’attente, França-Palestina, cor, 90min - ficção)
direção: Rashid Masharawi - elenco: Areen Omari, Mahmoud Al Massad, e Youssef Baroud
Entre ironia e desalento, uma evocação dos impasses do povo palestino por meio de uma viagem caótica e fragmentada de um diretor que está em busca de atores para a inauguração de um teatro em Gaza.

PALESTINA ESPERA
(Palestine is waiting, EUA-Palestina, 2001, cor, 10min - documentário)
direção: Annemarie Kattan Jacir
Há mais de 5 milhões de refugiados palestinos, muitas vezes indesejados, vivendo em condições limites em todo o mundo.

MEU PAÍS AMADO
(Watani Habibi, Palestina / Nova Zelândia, 2007, 24 min., documentário, cor, DVD)
Direção: Janice Abo Ganis & John Mandelberg
Sinopse: Cantores palestinos, expressando-se pela música, revelam as histórias das suas comunidades.

CORAÇÃO ABERTO
(Open Heart – Palestina / Reino Unido, 2006, cor, 22 min., documentário, DVD)
Direção: Claire Fowler
Sinopse: A sobrevivência de Jamal, de 9 meses, depende da realização de uma cirurgia do coração, possível de ser realizada apenas no hospital palestino Makassed, em Al Quds (Jerusalém), com o apoio de uma equipe de médicos voluntários do Fundo de Auxílio à Criança Palestina (em inglês, PCRF - The Palestine Children´s Relief Fund). Para realizar a operação, Jamal terá que viajar de sua casa, na região de Nablus, passar por todos os postos de controle israelenses instalados ao longo do caminho até chegar a Jerusalém. Coração Aberto revela o empenho do sistema de saúde palestino sob a ocupação, a partir das perspectivas do médico, do paciente e da organização humanitária

FAIXA DE GAZA
(Gaza Strip - EUA, 2002, cor, 74 min., documentário, DVD)
Direção: James Longley
Sinopse: O norte-americano James Longley viajou para a Faixa de Gaza em janeiro de 2001, planejando ficar duas semanas para coletar material para um filme sobre a Intifada. Acabou ficando mais de três meses, período no qual pôde conhecer a fundo a população. Faixa de Gaza é filmado quase que totalmente em estilo verídico e apresentado quase sem narração. Dotado de maior observação e menor argumento político, o filme apresenta um raro olhar sobre a inflexível realidade vivida nos territórios palestinos sob a ocupação militar israelense.

DE FUTEBOL E SONHOS
(Goal Dreams, Palestina, 2006, cor, 86 min., documentário, DVD)
Direção e Produção: Maya Sanbar e Jeffrey Saunders
Sinopse: Como pode um time sem pátria reconhecida, sem liga permanente, sem espaço para treinos e com integrantes da seleção dispersos ao redor do globo, competir no mundo do futebol moderno? Sendo jogadores dos territórios ocupados de Cisjordânia e Gaza, eles não podem treinar juntos em seu próprio país. Identidades pessoal e nacional se misturam e – de forma inusitada – a equipe de futebol mais se assemelha a um microcosmo palestino, junção de exílio, ocupação, sobrevivência e sonhos.

BLUES PALESTINO
(Palestine Blues / Palestina, 2005, cor, 72 min., documentário, DVD)
Direção: Nida Sinnokrot
Sinopse: Ao viajar pela rota do Muro de Segregação, as lentes de Nida Sinnokrot captam a cena em transformação. No vilarejo de Jayyous, perto de Qalqilia, a população camponesa empreende uma campanha não-violenta de resistência contra a construção do Muro. Este, por onde passa, apropria as melhores terras e arrasa plantações.

A MURALHA DE FERRO
(The Iron Wall, Palestina, 2006, 52 min., documentário, cor DVD)
Direção: Mohammed Alatar
Sinopse: Quando o pai da direita israelense, Valdimir Jabotinsky, formulou a irredutível estratégia da Muralha de Ferro, em 1923, foi dito que o diálogo com os árabes palestinos só seria empreendido quando estes estivessem totalmente derrotados. O filme aborda a história da implantação sionista na Palestina, até os mais recentes projetos de Israel para a construção de assentamentos permanentes, confisco de propriedades, furto de recursos naturais, privação de Direitos Humanos e criação de um sistema de segregação social baseado no fator étnico-racial, semelhante ao apartheid que vigorou na África do Sul.

CARTA DE SARA
(A Letter from Sarah , Jordânia, 2002, 11 min., cor, DVD)
Direção: Mutaz Jankot
Sinopse: Sara, garota palestina de 12 anos, relata sua vida diária, sua casa, o campo de refugiados onde vive, as passagens estreitas onde brinca, seus brinquedos improvisados e jogos; descrevendo ao mesmo tempo sua visão do conflito.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Uma nova história

O jornal A Gazeta do Iguaçu de hoje traz uma matéria sobre o livro-reportagem da amiga Eloiza Dal Pozzo. O livro S/N - Uma Nova História. O livro conta a vida da adolescente Sandra Nascimento, que passou quase toda a sua vida abrigada na Fundação Nosso Lar. Eloiza fez apenas alguns exemplares, pois este trabalho foi o seu Trabalho de Conclusão de Curso e agora espera buscar recursos para uma edição maior. O livro está ótimo, muito bem escrito, e quando estiver editado eu recomendo a leitura. Confira a reportagem:

Novidades

O poder da transformação através da escrita

Estudante de comunicação desenvolve trabalho sobre jornalismo literário e cria um livro-reportagem
Da Redação / Reportagem - Rodrigo Chibiaqui / Fotografias

Escrever uma biografia já é um grande desafio para qualquer escritor experiente, isso porque retransmitir com veracidade os fatos e superar as expectativas da fonte exige uma série de cuidados e tratamentos especiais. Para a acadêmica de jornalismo Eloiza Dal Pozzo, mais do que uma grande experiência, escrever sobre uma história de vida é trabalho e compromisso de um comunicador social. Em busca de cumprir este papel da melhor maneira possível, Eloiza optou em realizar seu trabalho de conclusão de curso com foco no jornalismo literário, tendo como produto midiático um livro-reportagem.
O trabalho desenvolvido desde o começo do ano deu origem à obra "S/N – Uma nova história", apresentada na última quinta-feira, 20, à banca final da Faculdade UDC (União Dinâmica de Faculdades Cataratas).
Como explicou a acadêmica, ‘S/N’ é o nome da personagem: Sandra do Nascimento, mas também pode significar "sem número, sem nome, sem nada", como em partes foi a vida da jovem. A história da adolescente - hoje com 18 anos - foi totalmente reproduzida no livro que apresenta documentos, fotos, trechos do diário de Sandra, e um enredo totalmente encantador. Questionada sobre a escolha do tema, Eloiza afirmou ter encontrado o assunto por acaso.
"Quando eu já havia definido que iria escrever um livro-reportagem como produto do meu trabalho de conclusão de curso, pensei: agora preciso escolher um tema! Então falei na sala de aula: ‘Pessoal, olha só, vou escrever um livro! Preciso de uma boa história pra contar!’ Foi aí que o meu colega e amigo Carlos Luz, me falou que havia uma menina na Fundação Nosso Lar que eu ficaria encantada de conhecer, porque ela era um exemplo a ser seguido. Uma menina que sofreu muito, que foi abandonada, que tinha tudo para ser revoltada, mas, ao contrário das previsões, ela se transformou em uma pessoa esforçada, batalhadora, madura e além de tudo bem humorada, sorridente". Para a estudante, o que mais chamou a atenção durante as entrevistas para criação do livro foi a força de vontade da adolescente e a constante busca pela felicidade. "Apesar de todo o sofrimento, ela decidiu que teria uma vida bacana". Através da história de Sandra, a acadêmica conheceu a realidade sobre adoção e abrigamento, e o grande descaso da sociedade com o assunto. "Meu maior objetivo é a conscientização das pessoas quanto aos temas adoção e abandono. Na verdade através da Sandra eu conheci a realidade. A Sandra me estimulou a pesquisar e a conhecer mais sobre isso. Depois eu comecei a prestar mais atenção em um grande problema aqui da fronteira, a exploração sexual infantil, que está intimamente relacionada a essas crianças e jovens abandonadas", ressaltou.

Livro
Segundo Eloiza, que garantiu a nota 10 em sua de defesa, o desejo maior com o lançamento do livro é chamar a atenção da comunidade para um problema que está intimamente ligado a todos. "Meu público-alvo específico são todas as pessoas que ainda não tem senso crítico e que não tem idéia de quais são os problemas sociais gerados a partir de um abandono. O tempo todo em que eu escrevi esse livro, cada palavra foi pra tentar conquistar o leitor a prestar mais atenção no tema e nas crianças e adolescentes nessa situação de abandono. E o "puxão de orelha" não é só para os pais e mães que abandonam os filhos. É pra mim, pra você, pra quem vê tantas pessoas na rua e deixam passar em branco, e esquecem que essa criançada existe. Porque nós temos um mundo muito mais bonito. Então passar por elas na rua e não fazer nada é complicado. Não estou pedindo pra que você leve essa criança pra casa.
Estou pedindo pra que você respeite ela. Elas estão aí e nós também somos responsáveis".
Sandra do Nascimento
Cada capítulo da obra apresenta características fascinantes ao leitor. O detalhe das cores, dos efeitos, da utilização de fotos em preto e branco, a ambigüidade dos subtítulos e todo o contexto em si fazem a constatação de uma vida, de uma história até então desconhecida. Segundo a autora, a intenção nunca foi desenvolver um livro com final feliz. "Não é esse o papel do jornalista", afirmou Eloiza. Para ela, sua maior preocupação era com a veracidade dos fatos e a satisfação da adolescente. "Minha preocupação era conseguir descrever a Sandra e tudo o que ela já passou e tudo o que hoje ela consegue ser, com palavras. É muito complicado. É uma tarefa em que me senti muito responsável", e completou; "Quando eu penso na Sandra eu vejo aqueles dois furinhos na bochecha dela quando ela sorri. Pra mim nesses dois furinhos estão toda a carga negativa e o sofrimento que ela conseguiu transformar em alegria. A Sandra é muito especial. Ela é uma pessoa boa. E por isso torço demais pra que ela continue num caminho bacana. Sandra é alegria, maturidade e garra", descreveu.
Futuro
O pontapé inicial já foi dado para Eloiza, que pretende continuar a carreira de escritora. "O livro me dá a liberdade de escrever tudo o que eu quero, e ainda posso utilizar os mais diversos recursos para envolver o leitor com o enredo do texto. É no livro que eu me realizo. É o livro que me permite escrever com ética, verdade e sentimento. É nele que eu quero ficar". Mesmo que muitas pessoas já estejam interessadas em garantir o livro, Eloiza ainda não tem previsão de lançamento da obra. "É tudo muito recente. Ainda não senti o feedback de muita gente, até porque só imprimi 10 cópias do livro, que estão todas emprestadas, mas algumas das reações já me deixaram feliz".
Sobre a experiência, Eloiza afirmou ter crescido profissionalmente e conseguido realizar um sonho. Fora essa questão pessoal, de receber tantos parabéns; o aspecto social da questão me fez refletir muito. "Pra mim o pior (ou melhor) momento foi conseguir sentir a tristeza da Sandra quando ela contava dos abandonos. Essa sim foi a grande experiência. Por isso falei que o puxão de orelha era pra mim também. Além de aprender coisas novas, amadureci muito conhecendo a Sandra", concluiu.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Algumas palavras sobre o amor



(*) Célia Musilli

Vladimir Maiakóvski morreu aos 37 anos, foi o poeta da revolução russa, aquele para quem o amor também era revolucionário. Sua vida pessoal foi cheia de conflitos. Ele amou Lilia Brik, mulher de seu amigo Ossip Brik, e os três viveram na mesma casa, num tempo em que este tipo de amor era uma heresia. Hoje não há mais heresia nem amor. O que se vê por aí é um comodismo dos diabos, de gente que ama na medida do possível e morre de medo dos riscos.

O amor deixou de ser um ato de coragem, não se roubam beijos nem se perde a cabeça, o amor é uma apólice de seguros. Hoje quem ama faz planos, discute a relação, coloca os bens no papel, evita ter ciúmes, fazer escândalos, é politicamente correto. O amor morreu de tédio, não vale mais nem um tango, quem dirá a aventura de acreditar no impossível.

Nos dias de hoje, Romeu e Julieta não morreriam, porque a paixão é um objeto descartável. Dom Quixote não sonharia com Dulcinéia, mas acordaria lúcido e decidido a ganhar a vida, usar gravata, comprar o carro do ano, um apartamento pelo sistema financeiro, fazer poupança para gastar no Wall Mart, casar no civil e no religioso, partir em lua-de-mel mais pela viagem do que pela noiva, filmar a cerimônia de beijos combinados, cenas estratégicas, script em DVD para mostrar aos amigos, foto presa eternamente ao celular.

O amor morreu de velho. Não se sabe mais em que endereço vive, não vale pela loucura, a invasão dos quartos, a fuga pela porta dos fundos. O amor agora entra pela frente, contenta-se com a sala de visitas, a TV em tela plana, o home theater, o teatro doméstico sem intimidades ou atos proibidos. A permissividade é apenas um engodo, a liberdade um emblema fake dos tempos que mudaram. Mudaram para pior, para a tristeza dos poetas que, como Maiakóvski, acreditavam que a paixão era uma ressurreição, um sopro de desassossego, um vento criativo, um emblema da transformação à custa de prazer e risco, à custa de teimosia. Algo assim como Adão e Eva, Tarzan e Jane, Páris e Helena, Tristão e Isolda, Mickey e Minie, John e Yoko.

Hoje o amor só tem senhor e senhora, os dois numa vidinha prática, no apartamento decorado, na cozinha planejada como a rotina do casal. Os amantes tornaram-se sócios, acabaram-se as surpresas, extinguiram-se os suspiros, findaram-se as tempestades porque negociar sai mais barato. Hoje o amor tem um preço, ninguém se arrisca para não perder muito. As relações são corretas, o amor uma versão do companheirismo sem sal, com gosto de chá de comadres, pizza para terminar os domingos.

Às vezes dá uma saudade danada da revolução, do tsunami da emoção, do risco de amar pelo que as pessoas têm a oferecer, não pelo seu saldo em conta, porque o amor é inumerável. Em homenagem ao amor perdido num endereço sem volta, segue o trecho de um poema de Vladimir Maiakóvski, sopro delicado da ressurreição. Páscoa dos que um dia celebraram a vida.

"Ressuscita-me,
nem que seja só porque te esperava
como um poeta,
repelindo o absurdo cotidiano!
Ressuscita-me,
nem que seja só por isso!
Ressuscita-me!
Quero viver até o fim o que me cabe!
Para que o amor não seja mais escravo
de casamentos,
concupiscência,
salários.
Para que, maldizendo os leitos,
saltando dos coxins,
o amor se vá pelo universo inteiro....

...Para que doravante
a família seja
o pai,
pelo menos o Universo,
e a mãe,
seja no mínimo a Terra."
(Fragmentos do poema O Amor, de Vladimir Maiakóvski , 1893 - 1930)

(*) Célia Musilli é jornalista em Londrina, Paraná.

Ouça "O Amor", musicada por Caetano Veloso na voz de Gal Costa


Leia as poesias de Célia Musilli publicadas no portal guatá
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sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Catadores de Sonhos

“Catadores de Sonhos” é um projeto de Conclusão do Curso de jornalismo da União Dinâmica de Faculdades Cataratas – UDC, idealizado pela amiga Ivanir Gebert.

A escolha pelo projeto fotográfico “Catadores de Sonhos”, segundo Iva, como nós a chamamos, “foi decidida quando estava no 6º período da faculdade. Sempre gostei muito do trabalho do Fotógrafo Sebastião Salgado e, ao ganhar o livro “O Berço da Desigualdade”, onde Salgado faz um retrato da educação no mundo, decidi fazer um projeto fotográfico documental. Aquelas fotos em preto e branco me tocaram. Esse sentimento, eu entendi melhor, mais tarde, ao ler Barthes, em A Câmara Clara. Era o Punctum”.

O projeto e as fotos estão disponíveis na web no site

http://www.ivanirgebert.com.br/

Eu recomendo a visita!

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quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Tecnologia solidária


A Associação Madre Terra acaba de instalar um sistema de irrigação computadorizada na horta e no pomar, cuidados por 10 adolescentes atendidos pela organização não-governamental.

Apesar da chácara mantida pela Associação ter um lago, “isso não significa que podemos desperdiçar água, um bem muito valioso”, explica Neldo Bruxel, um dos educadores que trabalha com os adolescentes.

O sistema foi doado e importado da Itália, onde fica a sede da Associação Ore Undici, mantenedora do Projeto Madre Terra aqui no Brasil. Joseppe Luigi Marini, o doador, um contabilista da cidade de Cagliari, localizada na ilha de Sardenha, Itália, veio ao Brasil, a convite da Associação, para acompanhar a instalação.

Tendo nos sistemas de irrigação um hobby, Marini explicou que “este é o mesmo sistema usado no Oriente Médio, em regiões em que há escassez de água, e é fundamental o bom uso da mesma, mas aqui como em todo o planeta é preciso usar racionalmente a água que temos, pois é um bem que pode acabar e aqui, com este sistema, a produção vai melhorar, o que se reverterá para o Projeto e para os adolescentes mantidos pela Madre Terra”.

Captando a água de um lago, o sistema a leva através de 12 quilômetros de tubulação e é ligado e desligado através de uma programação prévia, feita através de computadores.


De volta ao campo

Com a proposta de fazer o jovem sair do centro urbano e voltar ao campo, o Projeto Madre Terra está localizado no bairro Remanso Grande em Foz do Iguaçu. O nome “Madre Terra” (Terra mãe) sintetiza a idéia de uma escola fazenda voltada ao aspecto social, ou seja dar uma oportunidade de aprendizado e trabalho aos jovens e, ao mesmo tempo, despertar novos valores para com a natureza e a produção agrícola.

Em 37 hectares de terra, 10 adolescentes assistidos por técnicos agrícolas e educadores, cultivam produtos seguindo os critérios da agricultura biológica, ou seja, sem a utilização de produtos químicos nocivos ao solo, à água e à saúde humana.

Atualmente a chácara desenvolve um projeto de piscicultura, com a criação e venda de peixes, produtos hortifrutigranjeiros, mandioca e milho.

Em médio prazo a Associação Madre Terra quer implantar um projeto de agroturismo, oferecendo aos turistas, principalmente italianos sócios da Associação Ore Undici, hospedagem, pratos típicos da terra e lazer, na perspectiva de um turismo consciente e responsável. A intenção do projeto é de se auto-sustentar.

Para o presidente da Madre Terra, padre italiano Mario de Maio, “mais que a auto- sustentabilidade, o projeto quer oferecer ao adolescente um estilo de vida que permita realizar a recuperação humana e social”.

A Associação Ore Undici é uma associação cultural ligada à Igreja Católica, com sede em Roma, Itália e oferece aos seus sócios, segundo Mario de Maio “o aprofundamento de temas relacionados com a espiritualidade”. A associação também desenvolve e apóia outros projetos sociais em Foz do Iguaçu, como é o caso da Fundação Nosso Lar, que abriga crianças e adolescentes em casas-lares.

Educador explica o funcionamento do sistema

O sistema de irrigação é totalmente computadorizado

12 km de tubulação leva a água ao pomar e à horta

O doador do sistema, Joseppe Luigi Marini, e o Presidente da Associação Madre Terra, Mario de Maio

Projeto Madre Terra: levar o jovem de volta ao campo

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quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Pontinhos de Cultura

O Ministério da Cultura (MinC) acaba de lançar o edital e o prêmio Ludicidade/Pontinhos de Cultura para premiarentidades sem fins lucrativos, além de instituições governamentais estaduais, distritais e municipais que desenvolvam atividades socioculturais e educacionais destinadas ao público infanto-juvenil.

Ao todo serão concedidos 200 prêmios, cada um no valor de R$ 18 mil, por meio desta iniciativa integra as ações do Programa Mais Cultura, promovido pelo Governo Federal.
Também receberão prêmio projetos desenvolvidos em parceria com escolas, universidades públicas e outras instituições, que tenham objetivo de promover uma política nacional de transmissão e preservação da cultura de crianças e adolescentes, especialmente, no que se refere ao direitos consagrados no capítulo II do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

Guatá

Leia +

Leia o edital, no formato pdf

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terça-feira, 14 de outubro de 2008

Teatro de bonecos

De hoje até o dia 20 companhias vindas da Argentina, Brasil, Colômbia, Chile e Uruguai trazem ao público das três fronteiras suas principais produções durante o V Encuentro Internacional de Títeres e Titiriteros, conhecido como Tatá Vera 2008, realizado em Puerto Iguazú e com subsedes em Foz e Ciudad del Este.

Confira as peças em cartaz em Puerto Iguazu esta semana:
Dia 16 - Quinta-feira
18h - La Pelela Títeres de San Martin de los Andes (argenritna) apesenta espetáculo "Juntos pero no revoltos", onde a participação dascrianças é que define o final da história.

Dia 17 – sexta-feira
18 h - La Pelela Títeres apresenta espetáculo adulto, "El Qui-Jote de La Mancha", uma adaptação do romance de Miguel de Cervantes.
21h - Grupo Titirimimoteatro de Bogotá, Colômbia apresenta "Sancocho de cola"! para adultos

Dia 18 – Sábado
18h – Cia Riso Ambulante (Brasil)
21horas - Títeres de La Paloma, de Bariloche, Argentina, apresenta espetáculo "Taquitan...(invasion a tierra de índios)", mostra a conquista do território americano e propõe uma reflexão através dos bonecos e do grotesco.

Dia 19 – domingo
18h – Maleluna y Cias Titiritescas, do Uruguais apresentam o espetáculo "La Casa de amistad"
21h – La Pelela Títeres apresenta espetáculo especial para adultos; "Títeres solo para adultos".
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segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Cartel do Rap


Poesias, pensamentos, textos, contos e quadrinhos. Tudo isso no Fanzine do Cartel do Rap 41. Novidades do mês: fotos da festa de 8 anos do Cartel do rap e do show do Thiagão e os Kamikazes do Gueto; fotos do espetáculo de dança de rua no Teatro Plaza, que teve a renda revertida para a Fundação Nosso Lar.
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sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Projeto Tecendo História

Na estação da cultura

Rogério Silva é um dos colaboradores da Revista Escrita 5

Primavera de flores e de Revista Escrita. Embalada pela nova estação, a publicação da Associação Guatá reúne inteligência e sensibilidade em suas páginas

Palavra, olhos e a cultura em movimento através de mais uma publicação da Revista Escrita, editada pela Associação Guatá, Esta edição, a de número 05, que está encontrando seus leitores por meio de abrangente circulação, mantém o desafio editorial lançado desde os primeiros números, que é o de reunir a arte, os sentidos e a imaginação de autores que vivem de suas produções artísticas e de gente que apenas quer compartilhar aquilo que sente e pensa por meio de palavras e imagens.
Entre as preciosidades desta edição, está a exposição da fotografia do cineasta norte-americano Burton Holmes, nas Cataratas do Iguaçu, realizada em meados do ano de 1917, durante a sua expedição pela América do Sul. Esta raridade foi garimpada pelo faro fino de Claimar Granzotto, livreiro e produtor cultural de Foz do Iguaçu, dedicado a pesquisas que revelam um pouco mais da vida na fronteira.
No mais, a Revista Escrita estampa em suas páginas textos sensíveis e inteligentes que encontram imagens marcantes, mantendo o compromisso com seu arrojado e cuidadoso projeto gráfico.


Leitura para todos

Dos 2,5 mil exemplares da publicação, mil revistas são distribuídas gratuitamente entre estudantes da rede pública estadual de ensino, das instituições localizadas nas cidades do oeste paranaense, abrangidas pelo Núcleo Regional de Educação de Foz do Iguaçu. Ainda, escolas situadas na região da Grande Curitiba são beneficiadas com esta iniciativa, que é parte do Projeto Tirando de Letra, mantido pela Associação Guatá. Este programa, que visa a democratizar a leitura e a incentivar a produção literária entre os estudantes, tem o patrocínio da Itaipu Binacional e conta com o apoio institucional do Núcleo Regional de Educação.
Nesta edição, Escrita contou com a produção dos seguintes colaboradores:
PALAVRAS - Alexandre Palmar, Almandrade, Beth Vilasboas, Carlos Luz, Carol Miskalo, Fábia Tonin, Fernanda Laborde, Maria Izabel Leão, Mônica Venson, Silvio Campana, Vanessa Silva, Zé Beto Maciel e Wermerson Augusto.
OLHOS – Áurea Cunha, Burton Holmes, Cezar Koyama, Claimar Granzotto, Fernando Brás, João Albuquerque, Lalan, Maria Angélica Chiang, Maria Isabel Molina, Mirian Takahashi, Natália, Rogério Silva, Sabrina Bomdia, Scheila Thonsen, Silvio Campana e Walpi.



Déjà vu na fronteira

* Alexandre Palmar

Mesmo uma cidade de porte médio como Foz do Iguaçu reserva, para pelo menos um dos seus moradores, a impressão de o mundo ser bem menor do que ele aparenta ser. Às vezes, esta sensação desperta quando a província concede ao nativo um curioso apreço por outros nativos, semelhantes apenas pelo fato de habitarem a mesma comarca, mas completamente anônimos entre si.
É uma espécie de ligação entre seres que nada têm a ver em seus distintos cotidianos. É algo estranho, que poderia ser de fácil explicação se essa percepção aflorasse em pessoas com perfis ou hábitos semelhantes. Quem sabe moradores de um mesmo bairro, usuários de uma mesma linha de ônibus, de um mesmo banco, da padaria ou até de um elevador de condomínio.
O déjà vu (seria isso?) também poderia ser explicado por alguma religião, filosofia ou quem sabe por uma seita, cujos dogmas valorizam os antepassados, os espíritos, as almas gêmeas (e penadas), a reencarnação ou coisas afins. Mas não. Ele é misteriosamente comum, atingindo em cheio esse mortal sem perguntar sua raça, sexo ou clero.
É justamente a intromissão desse fenômeno que incomoda e tira noites de sono de uma mente cética. Seria fácil aceitá-la, caso o afeto recaísse sobre personagens “públicos” de Foz — como aquele cowboy sempre vestido com uma indumentária preta — ou sobre o garoto da faixa que insiste em avisar que Jesus está retornando.
Uma coisa é certa neste universo de incertezas. Bastava acatar ao impulso e dizer àquele desconhecido um simples “oi”. Mas é certo também que, ao tentar atender ao ímpeto, a mente vai refugar, porque ela tem a consciência da falta de um motivo palpável para a aproximação. Isso já ocorreu. E, quando aconteceu, restou ao homem a angústia de perder mais uma noite de sono tentando saber se outro iguaçuense teria vontade de compartilhar essa descrença.

*Alexandre Palmar é jornalista e membro do Megafone. Texto publicado na revista Escrita 1, da Guatá.


Outros textos em www.megafone.inf.br

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quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Jornalismo e Direitos Humanos

Foram anunciados os cinco vencedores do Troféu Especial de Imprensa ONU: 60 Anos da Declaração/Prêmios Vladimir Herzog, uma iniciativa do Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil (UNIC Rio) e da Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República (SEDH). Os ganhadores foram Caco Barcellos, Henfil, José Hamilton Ribeiro, Ricardo Kotscho e Zuenir Ventura. Segundo o júri - composto pelos mais de 500 jornalistas que receberam o Prêmio Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos desde sua criação, em 1979 - estes cinco jornalistas foram os que mais se destacaram, ao longo das últimas três décadas, na defesa dos direitos humanos na mídia brasileira.

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United Nations Information Center

Semana pela Democratização da Comunicação

Entre os dias 11 e 19 de outubro acontece em São Paulo a Semana pela Democratização da Comunicação, organizado pela Assembléia Popular, Campanha pela Ética na TV, pela Coordenação dos Movimentos Sociais e pela Rede Paulista pela Democratização da Comunicação e Cultura.

As atividades em São Paulo defendem a realização da Conferência Nacional de Comunicação, debatem concessões de Rádio e TV e denunciam a criminalização dos movimentos sociais.

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Aprender sem medo

A cada dia, aproximadamente 1 milhão de crianças sofrem algum tipo de violência nas escolas em todo o mundo. E nenhum país está imune. Esses são alguns dos resultados de uma pesquisa conduzida pela Plan, uma das maiores e mais antigas organizações não-governamentais de desenvolvimento. O relatório é parte da campanha “Aprender Sem Medo”, lançada em diversos países com o objetivo de promover um esforço global para acabar com a violência nas escolas. 

Além da quantidade alarmante de vítimas, a pesquisa indica que a violência não afeta apenas a personalidade, a saúde física e mental e o futuro potencial da criança, mas traz também danos irreparáveis para a família, a comunidade e a economia nacional.

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Plan International

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Projeto Tecendo Histórias

Projeto pretende implantar bibliotecas em casas-lares e instituições da cidade

A Fundação Nosso Lar está lançando neste mês de outubro a campanha “Tecendo Histórias” de doação de livros, com o slogan “Faça parte desta história... Doe um livro infantil no mês das crianças”. A iniciativa visa montar 15 bibliotecas com aproximadamente 200 livros nas seis casas-lares administradas pela entidade e outras instituições que atendem crianças, adolescentes e jovens em situação de vulnerabilidade em Foz do Iguaçu.

A campanha é um desdobramento de uma oficina de capacitação, ministrada no começo do mês passado por técnicas do Instituto Fazendo História de São Paulo, para profissionais que atuam em instituições que cuidam de crianças e adolescentes em Foz do Iguaçu.

A diretora da Fundação Nosso Lar, Ivania Ferronatto, explica que "nesta capacitação os profissionais aprenderam novas perspectivas de intervenção junto à crianças e adolescentes institucionalizados ou em situação de risco e, com essa nova ferramenta retornaram para as suas instituições e iniciaram um trabalho de construção através do contar histórias para despertar a  história de vida de cada um, resgatar pessoas, lugares, lembranças, fatos que permitam à criança, adolescente ou jovem entender quem é, onde está e onde quer ir”.

O projeto todo, segundo Ferronatto, envolve três etapas: “a primeiro etapa foi a capacitação, a segunda o desejo de realizar despertado nesta capacitação, e o terceiro são os livros de história que necessitam estar disponíveis e acessíveis nas casas-lares e nas instituições, por isso estamos lançando a campanha”.

 

Tecendo Histórias

A campanha consiste na aquisição, por pessoas físicas ou empresas, dos livros infanto-juvenis de uma lista de 186 títulos, previamente elaborada pelo Instituto Fazendo História. Esta lista esta à disposição nas livrarias da cidade e basta a pessoa ou empresa fazer o pedido e adquirir um ou mais títulos. Se o doador preferir pode entregar pessoalmente os livros na sede da Fundação Nosso Lar, ou deixar isto a cargo da livraria, sendo que cada doador receberá um comprovovante de doação na forma de um certificado.

A lista é composta por autores nacionais e estrangeiros, editados por 34 editoras de todo o Brasil. A meta da campanha é arrecadar três mil livros, para serem montadas 15 bibliotecas com 200 livros cada uma. “A meta é alta”, diz Ferronatto, “mas estaremos divulgando a campanha em escolas particulares, clubes de serviço, empresas e a população de um modo geral e esperamos contar com a colaboração de todos”.

A campanha prossegue até o dia 31 de outubro e as pessoas que quiserem outras informações poderão ligar para a Fundação Nosso Lar, no telefone 3025 2440.

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terça-feira, 7 de outubro de 2008

Revista Escrita 5

Capa da Revista Escrita número 5

Já está circulando a quinta edição da Revista Escrita. Confira a apresentação da revista, editada pelo jornalista e amigo Silvio Campana:

Um primeiro toque
Chegamos à revista 5 com o cheiro de nova estação. E a Escrita a cada novo número conta com colaboradores inéditos. Mais uma vez, a produção de escritores, fotógrafos e artistas visuais que fazem da arte sua opção profissional, mesclou-se àquela realizada por pessoas de outras áreas do conhecimento. De gavetas aparentemente insólitas, também saíram criações belíssimas e que hibernavam, talvez, esperando só a primavera para desabrochar.
Nós, da Associação Guatá, sentimos alegria em reunir nessas colaborações uma espécie de depoimento sobre a sensatez em se amplificar as várias possibilidades da comunicação humana. Fazemos isso movidos pelo entendimento de que o sensível toque da arte e da cultura é capaz de celebrar a vida, de refletir e de reconstruir - quando necessário - o espaço comum que dividimos com o próximo.

Silvio Campana
Editor
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Festival de Teatro Infantil

(foto: divulgação)

Até o dia 29 de outubro acontece o II Festival de Teatro Infantil de Curitiba. Serão 33 apresentações de peças infantis, musicais e teatro de bonecos, sempre aos sábados e domingos, nos teatros Fernanda Montenegro, Paulo Autran e João Luiz Fiani.
O festival reúne oito grupos teatrais dos Estados do Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro. Quem for ao festival terá a oportunidade de assistir, por exemplo, aos clássicos Cigarra e a Formiga e Os Três Porquinhos, além de espetáculos inéditos como musical High Escola Musical.
Confira a programação completa do festival.
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Mostra Cinema e Direitos Humanos

Entre de 6 de outubro e 6 de novembro, a 3ª Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul leva a 12 capitais brasileiras a produção de cineastas latino-americanos sobre temas, valores e dilemas que dizem respeito aos diversos direitos que não raro são negados a população mundial e em especial a latino-americana. A mostra, inteiramente gratuita, acontece no ano em que a Declaração Universal dos Direitos Humanos completará 60 anos e se dispõe a refletir as formas como organizadamente pode-se construir um mundo mais justo, igual e solidário.

Leia matéria completa por Brunna Rosa
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segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Tráfico ameaça a juventude em Foz do Iguaçu

(Foto: Cristian Rizzi / Gazeta do Povo)
O Jornal Gazeta do Povo, na edição de ontem (5), traz uma ótima reportagem no caderno Vida e Cidadania, na página 02, sobre a situação dos adolescentes envolvidos com o tráfico de drogas em Foz do Iguaçu. A reportagem “Tráfico ameaça a juventude em Foz do Iguaçu” é assinada pela jornalista e amiga Denise Paro, que também mostra o caso do menino Igor Joaquim de Matos, de 12 anos, morto e decapitado na semana passada na cidade.
Eu recomendo a leitura!
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A Lei do Amor

A amiga Sylvania kazmierski, do Instituto Elos, enviou-me o texto que reproduzo a seguir, onde Rodrigo Otavio Gurgel Valente comenta o texto de Edinalva Severo, sobre a morte do menino Igor.
Prezada Sylvania,
Segue uma reflexão sobre o texto de adeus ao menino Ygor da Sra. Edinalva, conforme conversamos. Agradeço a sua dedicação e dos demais integrantes da Rede de Proteção Integral à Criança e ao Adolescente.
Forte abraço.

"Educar para a vida é considerar, como um de seus fins primordiais, o aperfeiçoamento de tudo quanto esteja compreendido na existência do ser humano."
Coletânia Rev. Logosofia


A Lei do Amor
Muito bom e oportuno este texto da Sra. Edinalva Severo, sobre a história do menino Ygor, neste momento em que a pesquisa do Ipea aponta que as atuais políticas públicas precisam ser revistas, uma vez que o trabalho infantil continua com índices alarmantes, merecendo toda a nossa atenção. Relevante o comentário e importante o depoimento, uma vez que nós seres humanos somos suscetíveis a nossa emoção e não raras vezes acabamos por condenar alguém, quando justamente gostaríamos de estar promovendo a sua melhora, enquanto cidadão digno. Através de um ato solidário, tentamos amenizar o nosso sentimento de culpa, proporcionando um alívio instantâneo. No caso em questão, a própria compra de um CD ou DVD pirata já é uma contravenção institucionalizada como se fosse normal. Um erro justifica o outro?
Tenho também procurado entender a nossa cultura que permite ou se omite diante dos direitos das crianças, levando a sociedade a conviver com escolas, babás, mães e pais que submetem seu mais importante legado aos diversos abusos que vemos no dia-a-dia, alguns descobertos e amplamente divulgados pela mídia.
Concordo com a opinião da especialista em políticas públicas Edinalva , de que nosso critério deveria se balizar pela forma como gostaríamos que nossos próprios filhos fossem tratados e encaminhados. Considero importante que a lei deva ser efetivamente o parâmetro para balizarmos nossa conduta frente as situações que se apresentam e é importante que elas existam para que possamos arbitrar nosso comportamento humano, muitas vezes nada humanitário.
Creio que a melhor forma de contribuirmos seja identificando caminhos para capitalizarmos as potencialidades de nossas comunidades. Elencarmos as metas da melhoria da renda, das oportunidades e condição de vida. Não é fácil apontar o trajeto. Não há solução pronta. Seja para nossos filhos, seja para aqueles pais em situação de vulnerabilidade.
Talvez o Estatuto e a Constituição do país devessem assegurar para todas as crianças e adolescentes o AMOR. O primeiro artigo seria: - Toda a criança tem direito a ser amada e compreendida. Esta deveria a meu ver ser a política pública, a lei e o fundamento para a busca de uma sociedade mais desenvolvida do ponto de vista humano e social. Agradeço mais uma vez a sua mensagem congratulando pela militância em prol dos direitos da criança e adolescente.

Rodrigo Otavio Gurgel Valente.
Consultor e Palestrante em Planejamento Estratégico de Comunicação Corporativa e Investigação Apreciativa para o Desenvolvimento Organizacional, Especialista em Gestão do Terceiro Setor e Responsabilidade Social, Articulador da Rede de Participação Política do Empresariado, Membro do Conselho Superior de Cidadania Empresarial do Paraná, Presidente da Fundação Honorina , instituição parceira da Rede de Proteção Integral à Criança e ao Adolescente da Tríplice Fronteira.
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domingo, 5 de outubro de 2008

sábado, 4 de outubro de 2008

Comentários sobre o caso Igor

Anônimo disse...
Não sou a favor da institucionalização da pena de morte, mas há casos em que própria vítima não quer ser ajudada. Antes de postar a matéria vc procurou a escola onde este jovem estudou? procurou o S.O.S criança para saber o que ja fizeram por este menino? procurou o Proejto F.I.C.A para saber também deles o que tentaram fazer junto à família, para que esta criança fosse recuperada? Pois então, este menino é sim uma vitima da sociedade, mas primeramente vitima da própria família, da mãe que faz programas na argentina e deixou o menino sob cuidado dos avós. Acho que antes de condenar uma opinião, da qual não compartilho plenamente, deve-se saber o histórico de vida deste jovem, que com 12 anos não coseguiu sair da 1ª série, creio que em 2008 ele nem tenha frequentado a escola. Basta entrar no site da prefeitura , clicar em secretarias, depois em educação, vai em pesquisar alunos e vc verá por onde estudou este menino, verá também que ele nunca concluiu uma série. Pois quando frequentava a escola por vezes ameaçava a professora ou outros funcionarios do estabelecimento. Acho que todo formador de opinião deve ter consciência do que escreve,procurar ir mais a fundo, e não ser apenas mais um "juntador de letras", não jogar a sociedade contra órgãos públicos ou fomentar de que era um desamparado.
Att.Fabio
2 de Outubro de 2008 12:55

Meu caro Fábio se o senhor se desse ao trabalho de ler mais atentamente o meu blog saberia que eu trabalho na Fundação Nosso lar, que cuida de crianças e adolescentes órfãos, abandonados ou sub júdice, portanto conheço o histórico do menino Igor que, inclusive, passou pela instituição, sua família era atendida Pelo Programa Família Saudável, mantido pela Fundação Nosso lar e em sua pasta consta todo o seu histórico, aliás, um histórico que só reforça a minha posição de que o menino Igor e todas as crianças e adolescentes que atendemos são vítimas deste sistema socioeconômico baseado na barbárie do egoísmo e individualismo.
Tenho consciência do que escrevo, não sou um “juntador de letras”, ao contrário do senhor, e reforço minha posição escrita anteriormente, tendo pleno conhecimento de causa.

silvio disse...
ao mesmo tempo concordo e discordo de vc carlos, sou a favor sim de revermos nosso conceito de humanidade, mas, tbm sou a favor de rever o ECA que deixa sim esses "marginaizinhos" (pra mim esse eh o pronome a ser utilizado pra esses merdinhas q chegam com uma pistola e te apontam na cara) livres de qualquer medida punitiva pelo q realizaram!!!! essa certaza da impunidade nutre ainda mais a criminalidade nessa faixa etaria no nosso municipio e no pais.
3 de Outubro de 2008 13:32

Caro Silvio, que bom pensar que devemos rever o nosso conceito de humanidade, então comece: nenhum ser humano pode ser visto como um “merdinha”, principalmente uma criança. Você tem filhos Silvio? Se tiver, reveja este teu conceito. Sugiro também ao senhor que leia mais atentamente o Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA, pois ele prevê sim medidas sócio-educativas, a saber:

“Art. 112. Verificada a prática de ato infracional, a autoridade competente poderá aplicar ao adolescente as seguintes medidas:
I - advertência;
II - obrigação de reparar o dano;
III - prestação de serviços à comunidade;
IV - liberdade assistida;
V - inserção em regime de semi-liberdade;
VI - internação em estabelecimento educacional;
VII - qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI.”

O Estatuto também explica detalhadamente como e quando cada medida é aplicada.

Cristina Braga disse:
Amei sua matéria também... Ainda bem que existem pessoas como vc.. que ainda não se calam... e não deixam passar batido das barbaridades da vida...bjs

Cara Cristina, conheço o teu trabalho, sei que é uma mulher guerreira e eu que me sinto orgulhoso de fazer parte do teu círculo de amizades.
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A força do voto

Na enquete promovida pelo blog a grande maioria dos eleitores ainda acredita que o voto pode mudar a realidade. Confira o resultado:

“Você acredita que o seu voto pode mudar a realidade social, política e econômica da cidade?”
Sim 77 (87%)
Não 7 (7%)
Nem me interessa 4 (4%)

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sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Inscrições para pais sociais

Instituição abre inscrições para casais e pessoas que queiram exercer a função de pais sociais

 

A Fundação Nosso está com inscrições abertas para casais ou pessoas que queiram ser pais sociais em uma das casas-lares mantidas pela instituição. Atualmente a entidade, através de um convênio com a Prefeitura Municipal e o apoio da ONG Oriundici da Itália, mantém seis casas-lares, abrigando cerca de sessenta crianças e adolescentes órfãos, abandonados ou sub júdice, entre 0 e 18 anos.

A função de mãe social mãe social é regulamentada pela Lei n.­° 7644 de 1987, com assinatura em carteira de trabalho e folga semanal de 24 horas.

A diretora da Fundação Nosso Lar, Ivania Ferronatto, diz que “as crianças e adolescentes atendidos pela entidade estão passando por dificuldades e, por isso mesmo, alguns têm problemas de relacionamento e são difíceis para se tarar, assim, as pessoass e os casais que pretendem se candidatar precisam estar cientes dessas dificuldades”.

A função dos pais ou mãe social é proporcionar o convívio familiar às crianças e adolescentes, acompanhar as suas atividades diárias como escola, cuidados pessoais, alimentação, horários, atividades de contra turno, cursos, trabalho, médico, vacinas, lazer, além de administrar o lar, realizando e organizando as tarefas.

Os casais ou pais sociais também precisam ter ciência de que a condição de abrigamento de crianças e adolescentes é temporário, havendo a possibilidade do retorno à família biológica, família substituta ou adoção.


Condições

Segundo a própria lei que regulamenta a profissão de mãe social, os interessados deverão ter idade mínima de 25 anos, boa sanidade física e mental, curso de primeiro grau, ou equivalente, boa conduta social e ser aprovado em teste psicológico específico, que será feito pela própria instituição.

A Fundação Nosso Lar também traçou o perfil dos interessados, que deverão ter segurança em suas decisões, não sendo permissível, nem impedindo tudo, não podendo praticar métodos punitivos, como violência ou chantagem. Os desejos das crianças e adolescentes devem ser respeitados e contemplados, mas sem exageros, sabendo diferenciar autoridade de autoritarismo.

 

Inscrições

Os interessados deverão levar o currículo pessoal na sede da Fundação Nosso Lar, na Rua Ernesto Keller 388, Jardim Eliza, até o dia 31 de outubro. Após esta data a instituição marcará entrevistas e oferecerá um curso de capacitação para a função. Outras informações podem ser obtidas pelo telefone 3025 2440.

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