quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Reconhecimento

Eloiza Dal Pozzo, eu, Thays Petters e Ivanir Gebert.

Durante a apresentação dos TCC's de jornalismo, Eloiza Dal Pozzo apresentou o livro-reportagem "S/N - uma nova história", sobre a vida da adolescente Sandra Nascimento. Eu e a Thays Petters produzimos um videodocumentário sobre o jornal Nosso Tempo, que circulou em Foz do Iguaçu entre 1980 e 1994, intitulado "Jornal Nosso Tempo: um marco da resistência democrática em Foz do Iguaçu". Ivanir Gebert produziu um site com fotos de catadores de papéis de Medianeira, com o título "Catadores de Sonhos". Os três trabalhos receberam a nota "10 com louvor" das respectivas bancas de avalição.
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Congresso Mundial de Enfrentamento da Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes


O Rio de Janeiro sedia até o dia 28, no centro de convenções Riocentro, evento que reúne 3 mil participantes, entre representantes de governos, organizações não-governamentais, atores do sistema de garantia de direitos, militantes, formadores de opinião, acadêmicos, empresários, artistas e adolescentes protagonistas. A intenção é fortalecer a integração das redes de enfrentamento mundiais, mobilizando e encontrando novos caminhos para a efetivação das políticas que garantam o fim da violência sexual de meninos e meninas
O III Congresso Mundial de Enfrentamento da Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes acontece no Brasil com uma perspectiva diferente das versões passadas. Nessa edição, os principais objetivos são o combate às novas formas de exploração – pela internet e pelo tráfico de pessoas – e também deliberar sobre a responsabilidade dos diversos segmentos da sociedade envolvidos no enfrentamento ao fenômeno. Com o tema “A garantia de direitos da criança e do adolescente e sua proteção contra a exploração sexual – por uma visão sistêmica”, o evento se propõe a levantar a importância da temática, chamando a atenção dos governos e mobilizando articulações e políticas setoriais, junto aos representantes do legislativo, à família, à sociedade civil e ao setor privado.

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terça-feira, 25 de novembro de 2008

Mostra de cinema palestino


Longas, curtas e documentários abordam o conflito entre Israel e Palestina na mostra gratuita que acontece no shopping Cataratas JL

A vida do povo palestino sob a ocupação militar de Israel será exibida na mostra de cinema “PALESTINA 1948-2008: 60 ANOS DA AL NAKBA”, que ocorre nos dias 28 e 29/11 (6ª e sábado), no shopping Cataratas JL, com entrada gratuita. A mostra já foi exibida este ano no Centro Cultural São Paulo e em Maringá, e agora chega a Foz do Iguaçu em sua terceira edição. O evento é promovido pelo Instituto de Cultura Árabe (ICARABE), com apoio da Itaipu Binacional e da Sociedade Árabe Palestina Brasileira de Foz do Iguaçu. É uma oportunidade de conferir documentários e filmes de ficção pouco exibidos no circuito comercial e ainda discutir o assunto com grandes autoridades sobre o tema, que vêm para a cidade especialmente para o evento. Como parte da programação será realizada a mesa redonda “IMAGEM E REALIDADE DO CONFLITO ISRAEL/PALESTINA”, dia 28/11, 6ª feira, às 20h no cinema do shopping, com participação do Prof. Dr. Emir Sader (USP, UERJ e CLACSO), da curadora da mostra Prof. Dra. Arlene Clemesha (USP e ICARABE) e do pesquisador e organizador da mostra Yuri Haasz (Foz do Iguaçu).

Este ano se completam 60 anos desde a expulsão de aproximadamente um milhão de palestinos de suas terras pelas forças armadas sionistas, em 1948. Este evento é chamado de “Al-Nakba”, que em árabe significa “A Catástrofe”. Foi nesta data que oficialmente se deu o início da sistemática expulsão do povo palestino de suas terras, que continuou em 1967 com a expulsão de mais meio milhão de pessoas, aumentando ainda mais o problema dos refugiados, que passaram a viver desde então sob domínio militar israelense.

O objetivo da mostra é marcar a data e chamar a atenção para este problema que necessita da intervenção da comunidade internacional para que cessem os crimes e abusos de direitos humanos cometidos pelo estado de Israel contra o povo palestino.

Data: 28 e 29 de Novembro de 2008.
Local: Cinema Cineplex no Shopping JL Cataratas em Foz do Iguaçu.
Ingresso: Gratuito.


PROGRAMAÇÃO

DIA 28/11/08 – SEXTA-FEIRA

10h30
- ABERTURA SOLENE COM AUTORIDADES LOCAIS
- Crianças de Ibdaa (Children of Ibdaa, Palestina-EUA, 2002, 30min, documentário)

15h00
- Crianças de Ibdaa (Children of Ibdaa, Palestina-EUA, 2002, 30min, documentário)
- Blues Palestino (Palestine Blues, Palestina, 2005, 72 min, documentário)

17h00
- A Muralha de Ferro (The Iron Wall, Palestina, 2006, 52min, documentário)

18h15
- Coração aberto (Open Heart, Palestina/Reino Unido, 2006, 22min, documentário)
- Faixa de Gaza (Gaza Strip, EUA, 2002, cor, 74min, documentário)

20h00
DEBATE: IMAGEM E REALIDADE DO CONFLITO ISRAEL/PALESTINA
- Dr. Emir Sader (Prof. de Sociologia da USP, Coordenador do Laboratório de Políticas Públicas da UERJ, e Secretário Executivo do CLACSO – Conselho Latino Americano de Ciências Sociais)
- Dra. Arlene Clemesha (Profa. de História Árabe da USP, membro do Instituto da Cultura Árabe e curadora da mostra)
- Representante da Federação Palestina (FEPAL)
- Yuri Haasz (pesquisador do conflito Israel-Palestina, curador e organizador da mostra)


DIA 29/11/08 – SÁBADO

10h30
- Carta de Sara (A Letter from Sarah, Jordânia, 2002, 11min)
- De Futebol e Sonhos (Goal Dreams, Palestina, 2006, 86min, documentário)

14h00
- L'attente (L'attente, França-Palestina, 90min)

16h00
- Meu País Amado (Watani Habibi, Palestina / Nova Zelândia, 2007, 24min, documentário)
- Sardinhas (Tabaq al-Sardin, or The First Time I Heard of Israel, Síria / França, 1997, 17min)
- JENIN, JENIN (Palestina, 2002, cor 54min, documentário)

SINOPSES DOS FILMES

JENIN, JENIN
(Palestina, 2002, cor 54min - documentário)
direção: Mohammad Bakri
Alguns dias após a invasão israelense do campo de Jenin. O filme revela as marcas deixadas na alma daquela comunidade.

CRIANÇAS DE IBDAA
(Children of Ibdaa, Palestina-EUA, 2002, cor, 30min - documentário)
direção: Sarah Smith Patrick
Ibdaa, que em árabe significa criar algo do nada, é a história, a luta e as aspirações de um grupo de dança de crianças palestinas.

A ESPERA
(L’attente, França-Palestina, cor, 90min - ficção)
direção: Rashid Masharawi - elenco: Areen Omari, Mahmoud Al Massad, e Youssef Baroud
Entre ironia e desalento, uma evocação dos impasses do povo palestino por meio de uma viagem caótica e fragmentada de um diretor que está em busca de atores para a inauguração de um teatro em Gaza.

PALESTINA ESPERA
(Palestine is waiting, EUA-Palestina, 2001, cor, 10min - documentário)
direção: Annemarie Kattan Jacir
Há mais de 5 milhões de refugiados palestinos, muitas vezes indesejados, vivendo em condições limites em todo o mundo.

MEU PAÍS AMADO
(Watani Habibi, Palestina / Nova Zelândia, 2007, 24 min., documentário, cor, DVD)
Direção: Janice Abo Ganis & John Mandelberg
Sinopse: Cantores palestinos, expressando-se pela música, revelam as histórias das suas comunidades.

CORAÇÃO ABERTO
(Open Heart – Palestina / Reino Unido, 2006, cor, 22 min., documentário, DVD)
Direção: Claire Fowler
Sinopse: A sobrevivência de Jamal, de 9 meses, depende da realização de uma cirurgia do coração, possível de ser realizada apenas no hospital palestino Makassed, em Al Quds (Jerusalém), com o apoio de uma equipe de médicos voluntários do Fundo de Auxílio à Criança Palestina (em inglês, PCRF - The Palestine Children´s Relief Fund). Para realizar a operação, Jamal terá que viajar de sua casa, na região de Nablus, passar por todos os postos de controle israelenses instalados ao longo do caminho até chegar a Jerusalém. Coração Aberto revela o empenho do sistema de saúde palestino sob a ocupação, a partir das perspectivas do médico, do paciente e da organização humanitária

FAIXA DE GAZA
(Gaza Strip - EUA, 2002, cor, 74 min., documentário, DVD)
Direção: James Longley
Sinopse: O norte-americano James Longley viajou para a Faixa de Gaza em janeiro de 2001, planejando ficar duas semanas para coletar material para um filme sobre a Intifada. Acabou ficando mais de três meses, período no qual pôde conhecer a fundo a população. Faixa de Gaza é filmado quase que totalmente em estilo verídico e apresentado quase sem narração. Dotado de maior observação e menor argumento político, o filme apresenta um raro olhar sobre a inflexível realidade vivida nos territórios palestinos sob a ocupação militar israelense.

DE FUTEBOL E SONHOS
(Goal Dreams, Palestina, 2006, cor, 86 min., documentário, DVD)
Direção e Produção: Maya Sanbar e Jeffrey Saunders
Sinopse: Como pode um time sem pátria reconhecida, sem liga permanente, sem espaço para treinos e com integrantes da seleção dispersos ao redor do globo, competir no mundo do futebol moderno? Sendo jogadores dos territórios ocupados de Cisjordânia e Gaza, eles não podem treinar juntos em seu próprio país. Identidades pessoal e nacional se misturam e – de forma inusitada – a equipe de futebol mais se assemelha a um microcosmo palestino, junção de exílio, ocupação, sobrevivência e sonhos.

BLUES PALESTINO
(Palestine Blues / Palestina, 2005, cor, 72 min., documentário, DVD)
Direção: Nida Sinnokrot
Sinopse: Ao viajar pela rota do Muro de Segregação, as lentes de Nida Sinnokrot captam a cena em transformação. No vilarejo de Jayyous, perto de Qalqilia, a população camponesa empreende uma campanha não-violenta de resistência contra a construção do Muro. Este, por onde passa, apropria as melhores terras e arrasa plantações.

A MURALHA DE FERRO
(The Iron Wall, Palestina, 2006, 52 min., documentário, cor DVD)
Direção: Mohammed Alatar
Sinopse: Quando o pai da direita israelense, Valdimir Jabotinsky, formulou a irredutível estratégia da Muralha de Ferro, em 1923, foi dito que o diálogo com os árabes palestinos só seria empreendido quando estes estivessem totalmente derrotados. O filme aborda a história da implantação sionista na Palestina, até os mais recentes projetos de Israel para a construção de assentamentos permanentes, confisco de propriedades, furto de recursos naturais, privação de Direitos Humanos e criação de um sistema de segregação social baseado no fator étnico-racial, semelhante ao apartheid que vigorou na África do Sul.

CARTA DE SARA
(A Letter from Sarah , Jordânia, 2002, 11 min., cor, DVD)
Direção: Mutaz Jankot
Sinopse: Sara, garota palestina de 12 anos, relata sua vida diária, sua casa, o campo de refugiados onde vive, as passagens estreitas onde brinca, seus brinquedos improvisados e jogos; descrevendo ao mesmo tempo sua visão do conflito.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Uma nova história

O jornal A Gazeta do Iguaçu de hoje traz uma matéria sobre o livro-reportagem da amiga Eloiza Dal Pozzo. O livro S/N - Uma Nova História. O livro conta a vida da adolescente Sandra Nascimento, que passou quase toda a sua vida abrigada na Fundação Nosso Lar. Eloiza fez apenas alguns exemplares, pois este trabalho foi o seu Trabalho de Conclusão de Curso e agora espera buscar recursos para uma edição maior. O livro está ótimo, muito bem escrito, e quando estiver editado eu recomendo a leitura. Confira a reportagem:

Novidades

O poder da transformação através da escrita

Estudante de comunicação desenvolve trabalho sobre jornalismo literário e cria um livro-reportagem
Da Redação / Reportagem - Rodrigo Chibiaqui / Fotografias

Escrever uma biografia já é um grande desafio para qualquer escritor experiente, isso porque retransmitir com veracidade os fatos e superar as expectativas da fonte exige uma série de cuidados e tratamentos especiais. Para a acadêmica de jornalismo Eloiza Dal Pozzo, mais do que uma grande experiência, escrever sobre uma história de vida é trabalho e compromisso de um comunicador social. Em busca de cumprir este papel da melhor maneira possível, Eloiza optou em realizar seu trabalho de conclusão de curso com foco no jornalismo literário, tendo como produto midiático um livro-reportagem.
O trabalho desenvolvido desde o começo do ano deu origem à obra "S/N – Uma nova história", apresentada na última quinta-feira, 20, à banca final da Faculdade UDC (União Dinâmica de Faculdades Cataratas).
Como explicou a acadêmica, ‘S/N’ é o nome da personagem: Sandra do Nascimento, mas também pode significar "sem número, sem nome, sem nada", como em partes foi a vida da jovem. A história da adolescente - hoje com 18 anos - foi totalmente reproduzida no livro que apresenta documentos, fotos, trechos do diário de Sandra, e um enredo totalmente encantador. Questionada sobre a escolha do tema, Eloiza afirmou ter encontrado o assunto por acaso.
"Quando eu já havia definido que iria escrever um livro-reportagem como produto do meu trabalho de conclusão de curso, pensei: agora preciso escolher um tema! Então falei na sala de aula: ‘Pessoal, olha só, vou escrever um livro! Preciso de uma boa história pra contar!’ Foi aí que o meu colega e amigo Carlos Luz, me falou que havia uma menina na Fundação Nosso Lar que eu ficaria encantada de conhecer, porque ela era um exemplo a ser seguido. Uma menina que sofreu muito, que foi abandonada, que tinha tudo para ser revoltada, mas, ao contrário das previsões, ela se transformou em uma pessoa esforçada, batalhadora, madura e além de tudo bem humorada, sorridente". Para a estudante, o que mais chamou a atenção durante as entrevistas para criação do livro foi a força de vontade da adolescente e a constante busca pela felicidade. "Apesar de todo o sofrimento, ela decidiu que teria uma vida bacana". Através da história de Sandra, a acadêmica conheceu a realidade sobre adoção e abrigamento, e o grande descaso da sociedade com o assunto. "Meu maior objetivo é a conscientização das pessoas quanto aos temas adoção e abandono. Na verdade através da Sandra eu conheci a realidade. A Sandra me estimulou a pesquisar e a conhecer mais sobre isso. Depois eu comecei a prestar mais atenção em um grande problema aqui da fronteira, a exploração sexual infantil, que está intimamente relacionada a essas crianças e jovens abandonadas", ressaltou.

Livro
Segundo Eloiza, que garantiu a nota 10 em sua de defesa, o desejo maior com o lançamento do livro é chamar a atenção da comunidade para um problema que está intimamente ligado a todos. "Meu público-alvo específico são todas as pessoas que ainda não tem senso crítico e que não tem idéia de quais são os problemas sociais gerados a partir de um abandono. O tempo todo em que eu escrevi esse livro, cada palavra foi pra tentar conquistar o leitor a prestar mais atenção no tema e nas crianças e adolescentes nessa situação de abandono. E o "puxão de orelha" não é só para os pais e mães que abandonam os filhos. É pra mim, pra você, pra quem vê tantas pessoas na rua e deixam passar em branco, e esquecem que essa criançada existe. Porque nós temos um mundo muito mais bonito. Então passar por elas na rua e não fazer nada é complicado. Não estou pedindo pra que você leve essa criança pra casa.
Estou pedindo pra que você respeite ela. Elas estão aí e nós também somos responsáveis".
Sandra do Nascimento
Cada capítulo da obra apresenta características fascinantes ao leitor. O detalhe das cores, dos efeitos, da utilização de fotos em preto e branco, a ambigüidade dos subtítulos e todo o contexto em si fazem a constatação de uma vida, de uma história até então desconhecida. Segundo a autora, a intenção nunca foi desenvolver um livro com final feliz. "Não é esse o papel do jornalista", afirmou Eloiza. Para ela, sua maior preocupação era com a veracidade dos fatos e a satisfação da adolescente. "Minha preocupação era conseguir descrever a Sandra e tudo o que ela já passou e tudo o que hoje ela consegue ser, com palavras. É muito complicado. É uma tarefa em que me senti muito responsável", e completou; "Quando eu penso na Sandra eu vejo aqueles dois furinhos na bochecha dela quando ela sorri. Pra mim nesses dois furinhos estão toda a carga negativa e o sofrimento que ela conseguiu transformar em alegria. A Sandra é muito especial. Ela é uma pessoa boa. E por isso torço demais pra que ela continue num caminho bacana. Sandra é alegria, maturidade e garra", descreveu.
Futuro
O pontapé inicial já foi dado para Eloiza, que pretende continuar a carreira de escritora. "O livro me dá a liberdade de escrever tudo o que eu quero, e ainda posso utilizar os mais diversos recursos para envolver o leitor com o enredo do texto. É no livro que eu me realizo. É o livro que me permite escrever com ética, verdade e sentimento. É nele que eu quero ficar". Mesmo que muitas pessoas já estejam interessadas em garantir o livro, Eloiza ainda não tem previsão de lançamento da obra. "É tudo muito recente. Ainda não senti o feedback de muita gente, até porque só imprimi 10 cópias do livro, que estão todas emprestadas, mas algumas das reações já me deixaram feliz".
Sobre a experiência, Eloiza afirmou ter crescido profissionalmente e conseguido realizar um sonho. Fora essa questão pessoal, de receber tantos parabéns; o aspecto social da questão me fez refletir muito. "Pra mim o pior (ou melhor) momento foi conseguir sentir a tristeza da Sandra quando ela contava dos abandonos. Essa sim foi a grande experiência. Por isso falei que o puxão de orelha era pra mim também. Além de aprender coisas novas, amadureci muito conhecendo a Sandra", concluiu.