A jornalista Fernanda Regina da Cunha expõe sua opinião
sobre a invasão da PM em uma moradia de estudantes da UNILA, no último domingo.
Preconceito e integração não caminham juntos
Marxista! Para você o que é “marxista”?. Não vou aqui
explanar sobre o termo, mas vou dizer que para muitos ele é um xingamento, uma
forma de humilhar, como se outro (o marxista) fosse uma espécie estranha, um
criminoso, um contraventor. Ah sim, a melhor definição: um subversivo, como se
dizia no período da ditadura.
O episódio ocorrido na noite de domingo (3) quando policiais
militares de Foz do Iguaçu, sob a alegação de uma denúncia por perturbação de
sossego estiveram em uma moradia da Unila, me fez refletir sobre o termo e
sobre o preconceito. A moradia foi palco de um conflito entre PMs e estudantes,
um deles, estudante de Sociologia foi “acusado”, de “marxista”.
O que causa estranheza no caso não é a postura do policial,
pois talvez, ele nem saiba quem foi Karl Marx, mas sim, a postura de muitos
outros cidadãos da cidade, que baseados nas primeiras informações sobre o
assunto iniciaram um debate preconceituoso a respeito da presença daqueles
estudantes na cidade. Muitos destes, também estudantes de outras universidades,
que ao invés de saberem sobre a realidade dos fatos, preferiram manifestar seu
desgosto com os estrangeiros da Unila, com aqueles estranhos, “marxistas”,
“comunistas”, “anarquistas”...