segunda-feira, 10 de março de 2008

Rede quer ampliar ações

Rede de Proteção à Criança e ao Adolescente reunida no PTI

Cerca de 50 pessoas de 20 entidades se reuniram no Parque Tecnológico Itaipu - PTI. Em foco, o Seminário da Rede de Proteção à Criança e ao Adolescente de Foz do Iguaçu, que pretende diagnosticar os principais problemas relacionados a este público e traçar um plano de ações para o triênio 2008-2010.
De acordo com a assistente social Beatriz Regina, da Fundação Itaiguapy e coordenadora do evento, várias entidades já combatem a exploração infantil em Foz do Iguaçu, mas é preciso que os diferentes esforços se unam em um trabalho comum. O objetivo é formar uma inédita rede de informações para assessorar os governos nas políticas públicas nas áreas de saúde, segurança, educação, esportes e assistência social.
“Foz do Iguaçu será nosso laboratório para esta rede de informações”, explica Beatriz. Para ela, é importante que a Rede conte com o apoio de instituições como Itaipu e de órgãos públicos com poder decisório. “Se for diferente, ficaremos sempre discutindo sem chegar a lugar algum”.
Neste segundo seminário do ano (o primeiro foi em fevereiro e serviu para identificar as instituições), os participantes destacaram os grandes desafios ligados à criança e ao adolescente – questões como exploração sexual, trabalho infantil e violência doméstica foram os destaques.
Foz do Iguaçu apresenta um dos maiores índices de violência à criança e ao adolescente. O papel da Rede é identificar a causa desta violência para ajudar na prevenção. “O trabalho precisa ser preventivo e passar pelos pilares da estrutura familiar, da questão educacional, do trabalho e da saúde”, disse Beatriz. Ela cita o exemplo da criança que começa cedo a trabalhar catando lixo e acaba fazendo daquilo modelo para sua vida.
“Se as condições da família socializam a criança desta maneira, é preciso passar por uma segunda socialização, melhorando as condições da família e resgatando a criança desta situação”. Para Beatriz, as crianças de hoje em dia são mais ágeis e têm acesso à informação com muita facilidade, independentemente da classe social. “Se nossa Rede não atingir essas pessoas, outras ‘redes’ negativas acabam desviando a criança para a marginalidade”, concluiu.

O papel de Itaipu
A Itaipu reconhece o problema da exploração infantil em Foz e apóia financeira e institucionalmente as entidades preocupadas com esse tema. “A Itaipu abre muitas portas, isso é visível”, disse a pedagoga Ivania Ferronato, diretora de projetos da Fundação Nosso Lar.
De fato, o papel de Itaipu é importante na articulação desses diferentes esforços em uma causa única. “Mas nossa relação é horizontal”, ressalva Joel de Lima, assistente do DGB e coordenador do Programa de Proteção à Criança e ao Adolescente de Itaipu. “Nós somos mais um nozinho desta rede, não temos um papel maior”.
Segundo ele, o apoio da Itaipu permite, além do arcabouço financeiro, fazer com que as instituições se unam e consigam elas próprias os recursos para viabilizar os projetos. O trabalho se volta a entidades do Brasil, Paraguai e Argentina. É preciso que a Rede brasileira, criada em 2003, se fortaleça para voltar a se relacionar às redes dos países vizinhos.
“Fortalecida, a Rede pode ter uma grande influência na aplicação de políticas públicas para a proteção da criança e do adolescente”.

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