Carlos Luz*
Boa noite a todos.
“Que vivan los estudiantes”, escreveu Violeta Parra e cantou Mercedes Sosa. “Que vivan!”, pois em todos os momentos cruciais da história moderna da humanidade lá estavam os estudantes à frente, empunhando suas bandeiras, seus sonhos e seus ideais, sempre na busca de um mundo mais livre, mais igualitário e, até mesmo, mais humano. Porém, a fase estudantil é apenas uma fase e, como toda fase, passa. Dá lugar à fase do profissionalismo. Nós estamos encerrando uma fase e iniciando outra.
Escolhemos a comunicação, mais especificamente o jornalismo, como a profissão de nossas vidas. Escolhemos as palavras escritas, as faladas, as imagens congeladas e em movimento como ferramentas de trabalho.
No entanto, nossas ferramentas de trabalho não são simples ferramentas, elas trazem consigo um poder enorme, o poder da formação de opinião e, ao nos tornarmos profissionais desta área, temos que ter isto em mente a todo momento.
Há os que dizem que o bom profissional de jornalismo é aquele que simplesmente retrata o fato, sem emitir opinião. Há aqueles que afirmam que a opinião do jornalista sempre está intrínseca nas entrelinhas e no formato das reportagens. Mas, uma coisa é certa: o bom profissional de jornalismo é aquele que apura os fatos, checa as fontes e busca a verdade, ou, pelo menos, apresenta as “verdades” dos ângulos de cada uma das partes.
Muitos de nós exerceremos a profissão em veículos de comunicação de massa: jornais, revistas, rádios e tevês, alguns em novas mídias, que estão aparecendo através das novas tecnologias, outros, ainda, seguirão a vertente da assessoria de imprensa. Mas seja qual for o caminho que escolhermos, a ética deve ser nossa companheira diária. Devemos nos lembrar sempre que, antes de tudo, estamos nos formando em comunicação social, e é o que seremos daqui para frente: comunicadores sociais. E pela palavra social estar inclusa em nossa profissão, é que devemos cumprir o nosso papel cidadão de zelar pela boa qualidade das informações, porque delas dependerá, muitas vezes, a opinião da maioria da sociedade.
Chegamos à conclusão, então, que o bom profissional de jornalismo é aquele que escolhe dar o melhor de si para contribuir na construção de uma sociedade menos injusta.
Enfim, falo por cada um de nós: pela Aline, Anderson, Bruna, Cláudio, Cristiane, Daniela, Dante, Edla, Eliane, Eloiza, Fabiano, Franciele, Ivanir, Izzy, Jakson, Jean, Juliana, Katya, Larissa, Lauane, Leonardo, Márcia, Mariane, Maurício, Monique, Pamela, Robson e pela Thays.
Nós nos congratulamos com todos os que, de uma maneira ou de outra, contribuíram com esta nossa jornada: os professores responsáveis pela nossa formação, familiares, amigos, companheiros, namorados, direção e funcionários da UDC. Nos congratulamos pelo apoio que nos deram, porque nada, absolutamente nada, se consegue sozinho.
Quanto à turma de jornalismo de 2005 / 2008, ela será memorável e histórica. Durante estes quatro anos realizamos, inovamos, colecionamos prêmios até mesmo estaduais e nossos trabalhos de conclusão de curso fizeram com que muitas das bancas de avaliação chorassem, pela qualidade, esmero e responsabilidade social dos trabalhos apresentados. Deixamos a nossa marca.
Se “o caminho se faz caminhando”, como diz o título de um livro de Paulo Freire, então, que o caminhar de cada um, daqui para frente, construa um caminho que, cada um ao olhar para trás, daqui a alguns anos, possa dizer: construí uma carreira sólida, digna, ética e comprometida com a sociedade do meu tempo.
Mas o nosso tempo é agora. Não foi ontem, nem será amanhã. É no agora que se realiza. E nós estamos realizando.
Obrigado!
*Discurso de formatura do Curso de Comunicação Social, habilitação em Jornalismo. Auditório da UDC em 05/12/2008.
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