Quando se pensa em trabalho infantil, logo vem à cabeça a imagem de uma criança trabalhando em uma lavoura ou carvoaria, umas das piores formas de trabalho infantil, que estão descritas no dereto 6.481/2008 da Presidência da República. Contudo, essas não são as únicas formas de exploração da mãe de obra infantil. Poucas vezes, ao assistir uma novela, um filme ou uma apresentação circense, conseguimos enxergar que aquela criança também está trabalhando.
De acordo com Sandra Regina Cavalcante, mestre em Saúde Pública pela Universidade de São Paulo (USP) e advogada especialista em Direito do Trabalho, que há seis anos pesquisa o tema, a rotina de decorar textos, coreografias e músicas, realizar ensaios e gravações muito repetitivos e demorados e a superexposição das crianças que participam dessas produções podem resultar em vários prejuízos emocionais e físicos ao longo do processo.
Recentemente, em Curitiba, o Coral do HSBC, tradicional pelas apresentações natalinas realizadas no Palácio Avenida, foi alvo de uma investigação do Ministério Público do Trabalho (MPT) e do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) por suspeita de exploração do trabalho infantil. Educadores das instituições que abrigam crianças integrantes do coral fizeram denúncias de que elas eram submetidas a carga horária excessiva e que as condições impostas durante os ensaios e apresentações eram inadequadas. Os educadores relataram que as meninas e os meninos chegavam aos abrigos extremamente cansados.
(Com Ciranda)
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