quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Justiça de Transição


O Grupo Tortura Nunca Mais iniciou, nesta semana, uma série de atividades em Foz do Iguaçu. As ações marcam o debate em torno da Lei de Anistia, promulgada em 28 de agosto de 1979, e da “Justiça de Transição”, conceito aplicado pela ONU que reúne práticas para lidar com o legado deixado por regimes de exceção.
As atividades iniciaram no dia 20, com a distribuição de um panfleto informativo sobre o período ditatorial e sobre a Justiça de Transição em ruas, avenidas e espaços públicos da fronteira. O material questiona a homenagem feita a alguns agentes do regime militar na cidade, nominando ruas, hospital, ginásio de esportes e escolas, além de sugerir a mudança de nome desses espaços públicos.
O manifesto repudia as homenagens feitas ao prefeito interventor de Foz do Iguaçu e coronel Clóvis Cunha Vianna, ao marechal Castelo Branco, ao marechal Costa e Silva e ao general Costa Cavalcanti. O texto pede que as pessoas participem do abaixo-assinado pela abertura dos arquivos da ditadura, o que possibilitaria revelar as atrocidades cometidas nos “Anos de Chumbo”.
A programação abrange um ciclo de palestras em mais de dez escolas e universidades do município. A didática inclui a montagem da exposição “Nosso Tempo Digital”. A amostra tem capas e páginas do jornal que foi um marco na história de resistência e luta por liberdades e democracia na década de 80.
Ainda dentro do tema, haverá o documentário O Dia que durou 21 anos, neste sábado, dia 27, no Teatro Barracão. O documentário mostra a participação dos EUA na deposição do presidente João Goulart, comprovada por meio de diversos documentos.
A primeira semana de atividades será completada com um ato público na Praça da Bíblia, no domingo, dia 28, a partir das 18 horas. A programação traz apresentação de hip hop, de teatro e música, bem como varal de protesto, sarau de poesia, panfletagem, e a coleta de assinaturas no abaixo-assinado pela abertura dos arquivos da ditadura militar.
O Grupo Tortura Nunca Mais – Foz do Iguaçu é formado pelo Centro de Direitos Humanos e Memória Popular de Foz do Iguaçu, APP-Sindicato Núcleo Foz, FRONTera Hip Hop, Intersindical, Movimento Fronteira Zero, Casa da América Latina, e Subseção de Foz do Iguaçu do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná.

Visualize o panfleto do movimento. Clique aqui

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