Quando a Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República (SEDH), o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), a organização não-governamental Observatório de Favelas e o Laboratório de Análise da Violência da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (LAV/UERJ), divulgaram os resultados da pesquisa sobre o Índice de Homicídios na Adolescência (IHA), no dia 21 de julho, e apontaram Foz do Iguaçu como o município com o maior IHA (9,7), cinco vezes maior do que a média nacional, que é de 2,03, o secretário de Segurança Pública do Paraná, Luiz Fernando Delazari, afirmou ao site de notícias do governo estadual que os dados não são recentes e que a situação é diferente: “o estudo divulgado pelo Governo Federal é uma grande estimativa baseada em dados de 2006. O importante é que nós implementamos políticas públicas na área da segurança e revertemos esta tendência. Desde 2005, reduzimos o número de homicídios constantemente na cidade. Caso o estudo fosse trazido para hoje, seu resultado seria bastante diferente”. (Gazeta do Povo On Line, 21/07/09).
Na edição do jornal A Gazeta do Iguaçu de hoje (6) a manchete estampada é a seguinte: “Adolescente é executado no Portal da Foz”.
Na página c 09, matéria assinada por Gilberto Vidal descreve: “Adolescente é executado no Portal da Foz - Após uma denúncia anônima, equipes da Polícia Militar e da Delegacia de Homicídios (DH) encontraram o corpo de Marcos Ferreira de Oliveira, 16, no Portal da Foz. O adolescente morreu com tiros e facadas efetuados por um criminoso, ainda não identificado pela polícia. Segundo a perícia, o adolescente possuía ferimentos causados por arma branca (faca ou outro objeto cortante) no tórax e disparos de arma de fogo na cabeça”.
Parece-me que, para o adolescente Marcos Ferreira de Oliveira, a situação que o secretário Delazari afirma ter mudado, não mudou. E agora, pelo menos para mais este adolescente, não terá a menor importância se mudará ou não.
Mas para outros adolescentes, ainda vivos, e que estão permanentemente em situação de risco de morte, ainda há tempo de mudar. Se houver realmente vontade por parte do Estado e dos governos, em implantar políticas públicas que visem melhorar a condição social, econômica e cultural destes adolescentes.
Foz de luto
A partir de hoje o blog terá um marcador permanente para ver quantos dias Foz do Iguaçu consegue ficar sem assassinar um adolescente. Mostrando o último homicídio e o nome do último adolescente assassinado. É apenas uma forma de lembrar a sociedade iguaçuense que, além das Cataratas, do Parque Nacional e da Itaipu Binacional também temos adolescentes sendo assassinados.
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