A população da região de Foz do Iguaçu, situada na Tríplice Fronteira do Brasil, Paraguai e Argentina, reuniu-se para prestar solidariedade ao povo palestino e condenar as ações militares de Israel em Gaza. Cerca de 1,5 mil pessoas percorreram a Avenida Brasil, principal via da cidade, com cartazes e panfletos contendo denúncias de violação dos direitos humanos contra os palestinos, especialmente contra civis, e esclarecendo as reais intenções israelenses na região. Entre os manifestantes, brasileiros, paraguaios, argentinos, árabes e seus descendentes, todos unidos em torno da paz, da tolerância e do respeito entre os povos e nações. Além de estender as responsabilidades do massacre aos EUA, por seu apoio incondicional ao estado judeu, o ato também serviu para questionar a falta de ações práticas e efetivas por parte dos principais países do mundo, para a afirmação de um cessar fogo na região. Entre diversas instituições que participaram do ato em defesa do povo palestino, a Associação Guatá, a Casa do Teatro, o Sindicato dos Jornalistas do Paraná e o portal Megafone de cidadania na comunicação, distribuíram panfleto onde transcrevem um poema de Fadwa Tuqan, poetisa palestina. O material ainda manifesta o entendimento comum de que a arte deve refletir e interferir sob os acontecimentos históricos, neste caso, a brutalidade de Israel contra os palestinos.
Na região da Tríplice Fronteira, encontra-se o segundo maior contingente de árabes vivendo no Brasil, formado principalmente de libaneses, mas também de palestinos, iraquianos, sírios, entre outros, estabelecidos a partir da década de 1950.Desde 2001, logo depois dos ataques às Torres Gêmeas, a Tríplice Fronteira passou a ocupar espaço na grande imprensa mundial, acusada – sem provas e sequer indícios – de abrigar células terroristas e seus supostos financiadores.
Íntegra do documento assinado pela Associação Guatá e outras entidades
Parem os bárbaros!
O massacre contra o povo palestino, promovido por Israel com o recente bombardeio e ocupação de Gaza, é mais uma etapa da longa trajetóriade martírio e injustiça contra um povo.
Não bastassem a expulsão de seu próprio território, a negação do direito de se constituir enquanto nação soberana e a interminável marcha de agressão e violência, o povo palestino poderá perder o direito a existir, o mais elementar valor humano.
O poema que se oferece aqui, além um protesto contra a brutalidade, também é para demonstrar que a arte deve sempre acorrer ao encontro da história. A arte é, pois, a expressão da cultura, que somente se realiza através da história.
E quando o momento histórico é marcado pela desordem, pelo arbítrio e pela barbárie, a arte tem de liberar o seu grito e seu espanto, para afirmar a humanidade do homem e o valor da vida.
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