segunda-feira, 19 de maio de 2008

Portugal aprova acordo para uniformizar língua


O parlamento de Portugal aprovou o acordo ortográfico da língua portuguesa já ratificado por Brasil, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe. Em tese, mesmo sem a aprovação de Portugal, as novas normas já estariam em vigor no Brasil, porque para isso bastam as assinaturas de três países da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa).
A implantação da reforma ortográfica, porém, estava sendo adiada devido à não-adesão por Portugal. Agora, o país europeu estabeleceu um prazo de seis anos para a adaptação de livros, provas de concurso público, editores de texto para computador, entre outros.
O acordo foi firmado em 1990. Em 1995, o Congresso brasileiro o aprovou. Agora, a sua implantação definitiva depende apenas de um decreto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ainda sem data para sair.
O MEC (Ministério da Educação) informou que o ministro Fernando Haddad irá procurar o seu par no governo português para definir um cronograma conjunto.
No Brasil, porém, o prazo de adaptação será mais curto. Recentemente, o MEC determinou que, em 2010, os livros didáticos de escolas públicas já terão de estar adaptados. As editoras podem começar a mudança já no ano que vem.
O ministério irá definir também um cronograma para a implantação das novas regras em outros suportes, como livros de literatura e dicionário.
Entre as novas regras, estão o fim do trema, do acento agudo nos ditongos abertos "ei' e "oi' em palavras paroxítonas, como "idéia' e "jibóia', e do acento diferencial para distinguir, o verbo "pára' da preposição "para'. Também deixarão de existir consoantes mudas ainda usadas em Portugal ("óptimo').
A reforma causou polêmica em Portugal. Um abaixo-assinado contrário a ela obteve 33 mil adesões. Um dos motivos para que Portugal demorasse a aprovar o acordo, que é de 1990, foi a pressão das editoras nacionais, que tinham medo de perder mercado para as brasileiras.
Editoras brasileiras ouvidas pela reportagem, porém, dizem que ainda há dificuldades para entrar nos mercados africano e português, como as diferenças de vocabulário e de currículo.
Fonte: Folhapress

Nenhum comentário: