A segunda etapa da campanha Mude um Destino, que tem como tema a “adoção consciente”, foi lançada ontem (14), em Brasília (DF). Durante a cerimônia, foi apresentada a pesquisa “Percepção da população brasileira sobre a adoção” , encomendada pela Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) à Opinião Consultoria. De caráter inédito, foi realizada em todos os estados da Federação e ouviu 1.562 pessoas.
Um dos dados mais surpreendentes mostra que as pessoas desconhecem os caminhos da adoção. Dos entrevistados, 37,4% procurariam nas maternidades e hospitais uma criança para adotar, enquanto 35% recorreriam às varas da Infância e da Juventude. O coordenador nacional da campanha, Francisco Oliveira Neto, destacou a importância de mudar a percepção da sociedade a respeito do processo. “Abrigo não é vitrine de criança e procurar um filho em hospitais ou maternidades também não é uma postura correta”, afirmou.
Segundo o estudo, 57,9% da população acreditam que a melhor maneira de ajudar a mudar a realidade das crianças e adolescentes que vivem nos abrigos é por meio da adoção. Dessas, 15,5% adotariam uma criança. A maioria (42,3%) optaria por oferecer ajuda financeira, enquanto 34,8% não estariam dispostos a ajudar.
Mesmo revelando informações de extrema importância sobre o tema, a pesquisa reflete ainda intenções mascaradas das pessoas que dizem ter desejo de adotar. Quando perguntadas sobre a cor/raça da criança preterida, 79,6% manifestaram não ter preferência e apenas 7,6% afirmaram buscar crianças brancas. “Esses dados não condizem com a realidade. A experiência mostra, na verdade, que eles estão invertidos. Ao responder a pesquisa, as pessoas esconderam seu preconceito”, acredita o coordenador da campanha Mude um Destino. A pesquisa também mostra que a preferência dos brasileiros é por menina (27%), índice quase três vezes maior que por meninos (9,5%), com até seis meses de vida.
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